05/11/2025 15:28:00

Acidente
05/11/2025 11:00:00

Consumo Excessivo de Melatonina: Benéfico ou Prejudicial ao Sono?

Especialista esclarece os efeitos do hormônio na saúde e orienta sobre o uso adequado

Consumo Excessivo de Melatonina: Benéfico ou Prejudicial ao Sono?

A melatonina, um hormônio natural produzido pela glândula pineal, desempenha um papel crucial na regulação do ciclo sono-vigília. Sua produção ocorre em resposta à variação de luz, facilitando o sono noturno e ajudando na manutenção do ritmo circadiano.

Quando os níveis dessa substância estão desequilibrados, há riscos de afetar a saúde cardiovascular, imunológica e neurológica.

O ciclo circadiano é fundamental para o funcionamento do corpo humano, controlando diversas funções essenciais como a temperatura corporal, a liberação de hormônios e o padrão de sono. Segundo Lincoln Cardoso, coordenador do curso de Farmácia na Faculdade Anhanguera, esse ritmo é gerenciado por um relógio biológico localizado no cérebro, que responde às variações de luz e escuridão.

Durante o dia, a exposição à luz estimula a produção de cortisol, hormônio que aumenta a energia e o estado de alerta. À noite, a diminuição da luminosidade provoca a liberação de melatonina, facilitando o início do sono.

Ao dormir, o organismo passa por um estado fisiológico de repouso conhecido como sono, caracterizado por uma redução nas atividades sensoriais e motoras, embora a capacidade de despertar permaneça. Este ciclo é vital para a recuperação física, consolidação da memória e equilíbrio metabólico.

Alterações nesse processo podem prejudicar a saúde do coração, o sistema imunológico e o funcionamento do cérebro.

De acordo com Cardoso, a suplementação de melatonina pode beneficiar grupos específicos, como idosos, trabalhadores noturnos ou pessoas com transtornos no ritmo circadiano, incluindo o jet lag.

Nesse contexto, ela auxilia na reorganização do ciclo de sono, promovendo um descanso de melhor qualidade. Contudo, o uso desmedido e sem orientação médica pode trazer consequências negativas, como a desregulação do ciclo natural, levando à insônia de rebote, sonolência diurna excessiva e dependência psicológica do suplemento.

O especialista alerta ainda que doses elevadas de melatonina podem interferir na atividade da tireoide, influenciar a produção de neurotransmissores e comprometer o sistema imunológico.

Além disso, o consumo exagerado pode agravar condições como ansiedade, depressão e aumentar o risco de síndrome serotoninérgica em pacientes que usam antidepressivos.

Para garantir um sono adequado, Cardoso recomenda algumas práticas simples, como estabelecer uma rotina de horários para dormir e acordar, evitar luzes artificiais antes de ir para a cama e criar um ambiente escuro e silencioso no quarto.

Ressalta também que a automedicação deve ser evitada, e o uso de melatonina deve sempre ser orientado por profissionais de saúde qualificados, garantindo assim um benefício seguro e eficaz.