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05/11/2025 06:00:00

Lula descreve operação policial no Rio como uma 'massacre' e questiona ações

Presidente critica o saldo de 121 mortes na ação e promete investigação independente

Lula descreve operação policial no Rio como uma 'massacre' e questiona ações

Em declaração nesta terça-feira (4), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva classificou a operação policial realizada na semana passada no Rio de Janeiro como uma verdadeira "massacre".

A operação resultou na morte de 121 indivíduos, incluindo suspeitos e agentes de segurança, nos bairros do Complexo do Alemão e da Penha. Durante entrevista a veículos de imprensa internacionais em Belém, Lula afirmou que a ação das forças de segurança foi desastrosa do ponto de vista governamental, apesar de alguns considerarem o número de vítimas como um sucesso em termos de combate ao crime.

"A dura verdade é que, em termos de perdas humanas, alguns podem enxergar essa operação como um êxito. Contudo, do ponto de vista das ações do Estado, ela foi um fracasso completo", declarou.

O presidente também destacou que a operação do dia 28 de outubro, destinada a desarticular a facção criminosa CV (Comando Vermelho), foi a mais letal na história do país. Ele criticou a abordagem adotada pelas autoridades, que, segundo ele, foi marcada por uma violação das ordens judiciais originais.

"A determinação do juiz era para que fossem cumpridos mandados de prisão, não para que se promovesse uma matança. E, no entanto, ocorreu exatamente isso. É crucial investigar como essa situação se desenvolveu". Lula reforçou sua promessa de que o governo federal exercerá pressão por uma apuração imparcial do episódio, envolvendo inclusive uma investigação independente.

"É fundamental entender em que circunstâncias essa operação ocorreu", afirmou. "A ordem judicial era para deter, não para matar, e houve uma tragédia". A operação, que tinha como alvo o CV, foi condenada por várias autoridades locais, que a consideraram um sucesso. O governador do Rio, Cláudio Castro (PL), declarou que as verdadeiras vítimas foram os policiais mortos e que os demais óbitos eram de criminosos.

Esse episódio evidencia um cenário político delicado para Lula, que tenta equilibrar as preocupações com os direitos humanos e a crescente aprovação pública à repressão às organizações criminosas.