A morte de Lô Borges, renomado ícone da música brasileira e cofundador do grupo 'Clube da Esquina', aos 73 anos, trouxe à tona uma discussão importante sobre os riscos da intoxicação por medicamentos.
O artista, que esteve hospitalizado desde 17 de outubro devido a complicações relacionadas ao uso de medicamentos, faleceu neste domingo (2) devido a uma falência múltipla de órgãos, mesmo após passar por procedimentos como intubação, traqueostomia e hemodiálise. Essa tragédia evidencia uma questão de saúde pública no país.
Segundo dados do Ministério da Saúde, aproximadamente 14 mil brasileiros foram internados em 2022 por intoxicações medicamentosa. Em virtude dessa preocupação, o médico Jean Gorinchteyn utilizou sua participação no programa 'Bora Brasil' para alertar a população sobre o uso inadequado de remédios e os riscos de combinações perigosas.
A prática de misturar medicamentos sem orientação especializada representa uma ameaça significativa. O especialista destaca que o principal risco reside na combinação irresponsável de drogas, que pode potencializar os efeitos nocivos de um remédio ou cancelar os benefícios de outro, agravando a toxicidade no organismo. O uso excessivo de medicamentos comuns, seja por doses elevadas ou por períodos prolongados, pode ocasionar danos ao fígado, levando a hepatopatias.
Crianças, muitas vezes, são vítimas de acidentes ao deixarem medicamentos ao seu alcance, atraídas pelas embalagens vibrantes, as quais podem ser confundidas com doces, resultando em ingestões excessivas que podem ser fatais. Entre as combinações mais frequentes e perigosas, destacam-se: - Analgésicos e anti-inflamatórios: podem comprometer a proteção do revestimento estomacal (prostaglandina), aumentando o risco de gastrite, úlceras e hemorragias, especialmente em idosos e indivíduos com histórico de problemas gastrointestinais. -
Antidepressivos e ansiolíticos: quando utilizados em doses elevadas ou em conjunto, podem atuar de forma sinérgica no Sistema Nervoso Central, provocando sonolência excessiva e potencializando seus efeitos. - Antibioticoterapia e consumo de álcool: o álcool, ao ser metabolizado primeiro no fígado, prejudica a ação do antibiótico, que pode não exercer seu efeito adequado, comprometendo o tratamento.
O especialista reforça a importância de buscar atendimento médico imediatamente ao perceber sinais de reação adversa, como: - Reações alérgicas: manifestações como manchas vermelhas na pele. - Sinais de alergia severa: dificuldades respiratórias, sensação de sufocamento ou vermelhidão nos olhos, indicando que a resposta alérgica está além de uma simples irritação cutânea.