Moscou Intensifica Ataques às Infraestruturas na Ucrânia em Preparação para o Inverno

Na madrugada de quinta-feira, 30 de outubro de 2025, a Federação Russa empreendeu uma série de ações ofensivas contra as instalações energéticas da Ucrânia, resultando em cortes generalizados na distribuição de eletricidade e na perda de três vidas, incluindo uma criança na cidade de Zaporíjia, conforme informações oficiais. A líder do governo ucraniano, Yulia Svyrydenko, acusou Moscou de mirar tanto o povo ucraniano quanto a infraestrutura elétrica, numa estratégia que visa especialmente o inverno que se aproxima no hemisfério norte.

Imagem de um prédio destruído após ataque aéreo em Zaporíjia, capturada em 30 de outubro de 2025, durante o conflito entre Rússia e Ucrânia. AFP - MARINA MOISEIENKO Por: RFI Publicidade Segundo Svyrydenko, a intenção da Rússia é lançar a Ucrânia na escuridão total. Ela destacou a importância de fortalecer os sistemas de defesa antiaérea, aplicar sanções mais rigorosas e exercer maior pressão sobre o agressor para deter o terrorismo.

Ela ainda reforçou a necessidade de ações concretas para encerrar as ações hostis. Em Zaporíjia, região sudeste do país, ataques atingiram prédios residenciais, inicialmente deixando duas vítimas fatais. Posteriormente, a administração regional confirmou a morte de uma menina de sete anos, que faleceu após ser ferida no ataque enquanto estava hospitalizada.

Como consequência, as autoridades ucranianas tiveram que implementar restrições no fornecimento de eletricidade por todo o território nacional. Os ataques promoveram danos a instalações energéticas nas regiões central, ocidental e sudeste, de acordo com fontes locais. O Exército russo, que ocupa partes da Ucrânia há quase quatro anos, intensificou recentemente uma onda de bombardeios contra a rede elétrica, numa tentativa de enfraquecer a infraestrutura antes do início do inverno, previsto para dezembro no hemisfério norte.

Na madrugada, o governo russo reportou que utilizou mais de 650 drones e mais de 50 mísseis de diferentes tipos para atingir instalações energéticas e residências em dez regiões ucranianas, como denunciado pelo presidente Volodymyr Zelensky nas redes sociais. A Defesa da Rússia declarou que realizou um ataque de grande porte contra instalações do complexo militar-industrial, infraestruturas energéticas essenciais ao funcionamento do país e aeroportos militares.

O Ministério da Energia do país anunciou restrições nacionais no fornecimento de eletricidade, afetando residências e indústrias, além de impactos no abastecimento de água e aquecimento em algumas localidades. Duas unidades de geração de energia localizadas na região de Lviv, no oeste do país, sofreram danos.

A maior fornecedora privada de energia, DTEK, informou que suas usinas termelétricas, espalhadas por diversas áreas, foram atingidas pelos ataques. Maxim Timtchenko, diretor da empresa, lamentou o impacto sobre a provisão de energia neste inverno e afirmou que a Rússia deseja destruir completamente o sistema energético ucraniano, dada a intensidade dos ataques nos meses recentes.

A Ukrenergo, entidade pública de energia, anunciou inicialmente cortes emergenciais de eletricidade na maior parte das regiões, antes de passar a implementar rationamentos planejados para equilibrar a produção e o consumo da rede.

A Rússia conquistou duas novas localidades no nordeste e no sul da Ucrânia, regiões onde o exército local vem recuando há meses. São as cidades de Sadové, na região de Kharkiv, e Krasnoguirské, na área de Zaporíjia. Zelensky solicitou apoio adicional dos Estados Unidos, Europa e G7, alertando para a intenção de Moscou de destruir tudo e pedindo o reforço das sanções contra Moscou.

Com escassez de tropas e armamentos, o exército ucraniano responde principalmente com ataques de longo alcance, frequentemente utilizando drones.

Nos últimos meses, Kiev concentrou seus esforços na sabotagem de infraestruturas energéticas russas, tentando interromper as exportações de petróleo e diminuir o financiamento do esforço bélico de Moscou. Recentemente, os Estados Unidos e a União Europeia anunciaram sanções contra o setor petrolífero russo, na tentativa de pressionar Moscou a encerrar sua invasão.