 
                                    Na manhã desta quinta-feira (30/10), Donald Trump anunciou que teve uma conversa extremamente positiva com Xi Jinping, presidente da China, na qual foram estabelecidos entendimentos para diminuir as tarifas comerciais entre os dois países.
Como resultado, Pequim concordou em retomar as aquisições de soja americana, assegurar o fluxo contínuo de exportações de minerais raros e intensificar ações contra o tráfico de fentanil. Durante a entrevista concedida a bordo do Air Force One, o mandatário dos Estados Unidos destacou que a reunião foi "um sucesso extraordinário" e elogiou Xi como "um líder notável de uma nação de grande potência".
Trump confirmou sua visita oficial à China prevista para abril e mencionou que Xi Jinping também virá aos EUA, possivelmente para eventos em Flórida, Palm Beach ou Washington.
Este encontro, que durou duas horas e ocorreu à margem da cúpula da Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (Apec) em Busan, Coreia do Sul, marcou o primeiro encontro presencial entre os líderes desde 2019. Pouco após a negociação, Pequim anunciou a suspensão por doze meses das medidas de controle de exportação sobre minerais estratégicos, uma decisão que cancelou as restrições impostas em 9 de outubro.
Essa ação ocorreu em resposta às ameaças anteriores de Trump de aplicar uma tarifa adicional de 100% sobre produtos chineses a partir de novembro, devido às dificuldades enfrentadas pelo setor de terras raras, essenciais para várias indústrias e sob controle quase total da China globalmente. O chefe da Casa Branca descreveu o acordo como "uma vitória considerável", enfatizando a diminuição das taxas de importação, que passariam de 57% para 47%. Como contrapartida,
Pequim comprometeu-se a assegurar o fornecimento contínuo de minerais raros e a adquirir grandes volumes de soja americana. Além disso, Trump afirmou que o combate ao tráfico de fentanil seria reforçado, com o acordo válido por pelo menos um ano.
O líder chinês também declarou que um "entendimento" foi atingido para resolver as disputas comerciais entre os dois países, solicitando que as próximas etapas sejam concluídas o quanto antes, conforme divulgado pela mídia estatal chinesa.
Ele também revelou que após o encontro, grandes quantidades de produtos agrícolas americanos, especialmente soja, serão adquiridas imediatamente. A guerra comercial entre EUA e China trouxe prejuízos expressivos ao setor agrícola dos Estados Unidos, especialmente aos produtores de soja, que tiveram uma queda de 3 bilhões de dólares (R$ 16 bilhões) no comércio com a China no primeiro semestre de 2025 em comparação ao mesmo período de 2024.
Apesar de a China ser tradicionalmente a maior compradora de soja americana, adquirindo quase metade da produção em 2024, as tarifas retaliatórias chinesas praticamente paralisaram as vendas desde maio. Este acordo pode afetar significativamente países latino-americanos como Brasil e Argentina, que aumentaram suas exportações para a China em meio às tensões entre Washington e Pequim.
Quanto às terras raras, o presidente americano reforçou que a questão foi resolvida com um contrato de um ano para o fornecimento desses minerais, imprescindíveis para setores de defesa e tecnologia. Ele afirmou que "tudo relacionado às terras raras foi resolvido, beneficiando o mundo todo".
No início de outubro, a China anunciou a implementação de restrições às exportações desses materiais, setor no qual mantém domínio absoluto. Trump também abordou o combate ao tráfico de fentanil, um opioide sintético responsável por muitas mortes por overdose nos EUA.
O acordo inclui uma tarifa de 20% sobre as importações chinesas de fentanil, a qual será reduzida para 10%. Trump também indicou que medidas semelhantes estão sendo tomadas em relação ao México.
A China é a principal fonte dos precursores químicos utilizados na fabricação do fentanil. Os mercados chineses reagiram positivamente às expectativas de desfechos favoráveis nesta disputa comercial, demonstrando otimismo com o avanço nas negociações.