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Acidente
29/10/2025 22:00:00

Operação policial na Zona Norte do Rio resulta em aumento de vítimas, totalizando 128 mortos

Corpos desacordados e feridos são conduzidos até a Praça São Lucas após confrontos intensos com traficantes

Operação policial na Zona Norte do Rio resulta em aumento de vítimas, totalizando 128 mortos

Na madrugada desta quarta-feira, moradores do Complexo da Penha, na região Norte do Rio de Janeiro, transportaram ao menos 55 cadáveres até a Praça São Lucas, localizada na Estrada José Rucas. Este episódio ocorreu um dia após a realização da operação mais letal já registrada no estado até então.

Desde a última terça-feira, o número de óbitos atingiu 128. A gestão pública havia informado anteriormente que, dos 64 corpos contabilizados na atualização oficial, 60 eram de criminosos enquanto quatro pertenciam a agentes das forças de segurança civil e militar. De acordo com o coronel Marcelo de Menezes Nogueira, comandante da Polícia Militar, os corpos levados à praça não estavam incluídos nas estatísticas oficiais. As autoridades continuam as investigações para determinar se essas mortes estão diretamente ligadas ao confronto.

Segundo apuração do g1, todas as vítimas, homens, foram encontradas em uma área de vegetação conhecida como Vacaria, na Serra da Misericórdia, palco de intensos tiroteios entre forças policiais e traficantes. Raull Santiago, ativista que esteve no transporte dos cadáveres, descreveu a cena como uma das mais violentas que já presenciou: “Em meus 36 anos morando na favela, vivendo diversas operações e chacinas, nunca vi algo semelhante. Essa situação atingiu um nível de brutalidade e violência nunca antes visto”, declarou.

Para facilitar o reconhecimento, moradores decidiram conduzir os corpos até a praça. Muitos estavam sem roupas, permitindo a identificação por tatuagens, cicatrizes e marcas distintas. A maioria apresentava ferimentos de tiros, e alguns tinham o rosto desfigurado.

A Polícia Civil informou que o reconhecimento oficial ocorrerá na sede do Detran, ao lado do Instituto Médico-Legal, no centro do Rio, a partir das 8h. Nesse período, o acesso ao IML será restrito a agentes civis e integrantes do Ministério Público, responsáveis pelos exames. Necropsias de vítimas não relacionadas à operação serão realizadas no IML de Niterói.

Mais cedo, seis corpos foram transportados em uma van até o Hospital Estadual Getúlio Vargas. O veículo chegou rapidamente ao local e partiu logo após, sem permanecer na unidade.

Imagens captadas por drones e relatos de moradores mostram dezenas de corpos na praça, além de veículos improvisados, em um ambiente carregado de tensão e ação. Desde o início da megaoperação na terça-feira, ela permanece como a mais violenta da história do Rio de Janeiro.