Na sexta-feira (24), agentes da Polícia Civil do Estado de São Paulo efetuaram a prisão do nono suspeito relacionado ao assassinato do ex-delegado-geral Ruy Ferraz Fontes, ocorrido em 15 de setembro na cidade de Praia Grande, litoral sul paulista.
A operação ocorre no contexto de uma investigação que monitora, há mais de um mês, a rotina da vítima, que havia se aposentado em 2023 e trabalhava na Secretaria de Administração municipal.
Imagens de câmeras de segurança captaram o momento exato em que Ferraz foi perseguido por um veículo e atingido por múltiplos disparos enquanto tentava fugir.
Durante a fuga, o automóvel utilizado pelos criminosos capotou. Segundo as apurações, o grupo criminoso observou a rotina do ex-delegado por mais de trinta dias, usando ao menos quatro imóveis localizados na região para logística e apoio.
A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo confirmou a captura do suspeito mais recente ao Portal iG. Conforme o órgão, o indivíduo de 38 anos foi detido no bairro Jardim Shangrilá, na zona sul da capital paulista. Ele é proprietário de uma residência em Praia Grande que serviu como um dos pontos de apoio na elaboração do assassinato.
As investigações continuam sob coordenação do Departamento Estadual de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), que busca esclarecer todas as circunstâncias do crime. Até o momento, nove pessoas foram presas, enquanto duas continuam foragidas e uma morreu ao resistir à abordagem policial.
Entre os procurados está Flávio Henrique Ferreira de Souza, cujo DNA foi localizado em um dos veículos utilizados na ação, e Luiz Antônio Rodrigues de Miranda, responsável pela logística e condução de um dos carros de apoio. Dahesly Oliveira Pires, presa em 18 de setembro por transportar um fuzil utilizado na execução, e Luiz Henrique Santos Batista, conhecido como “Fofão”, capturado um dia após, também fazem parte do grupo.
Em outubro, a polícia localizou e confirmou a morte de Umberto Alberto Gomes, suspeito de ser um dos atiradores, após confronto no Paraná. Outros nomes ligados à investigação incluem Danilo Pereira Pena, conhecido como “Matemático”, preso em 15 de outubro por liderar parte da operação criminosa, e José Nildo da Silva, de 47 anos, detido em 21 de outubro em Itanhaém.
Este último foi visto portando colete à prova de balas em uma das casas de apoio e é considerado um suspeito de participação direta nos disparos que resultaram na morte do ex-delegado.
A Polícia também realizou buscas e apreensões no início de outubro contra o subsecretário de Gestão e Tecnologia de Praia Grande, Sandro Rogério Pardini, além de quatro servidores municipais. Ainda que esses indivíduos não estejam entre os suspeitos principais, os materiais apreendidos podem contribuir para esclarecer possíveis ligações com um processo de licitação de material elétrico aberto em setembro, possivelmente relacionado ao crime.
As autoridades não descartam a hipótese de que o assassinato esteja ligado ao histórico de atuação de Ferraz contra o Primeiro Comando da Capital (PCC), durante sua carreira na Polícia Civil.
A investigação busca identificar o envolvimento de todos os envolvidos e compreender a motivação exata por trás do homicídio, visando a justiça e o esclarecimento completo do caso.