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Uma nova formação intitulada “Juventudes na Educação de Jovens e Adultos – Desenvolvimento Contínuo para Educadores da Educação Básica” foi lançada nesta terça-feira, 21 de outubro, por meio de uma transmissão ao vivo no YouTube.
Desenvolvido em colaboração entre o Ministério da Educação (MEC) e a Universidade Federal Fluminense (UFF), o curso possui uma carga de 80 horas e é disponibilizado de forma totalmente online e gratuita.
Este programa tem como objetivo fornecer subsídios aos educadores atuantes na EJA, auxiliando na elaboração de planos pedagógicos que promovam o avanço acadêmico de diferentes públicos. Ele reconhece os desafios de trabalhar com múltiplas faixas etárias, incluindo adultos e idosos, ao mesmo tempo em que valoriza as possibilidades de convivência e interação entre jovens, adultos e idosos.
O curso está acessível na plataforma de Ensino a Distância Avamec, como a terceira etapa de uma série composta por 15 formações autoinstrucionais promovidas pelo MEC através do Programa Nacional de Capacitação para a Educação de Jovens e Adultos (ProfEJA).
Essa iniciativa faz parte do Pacto Nacional contra o Analfabetismo, visando aprimorar a qualificação na área. De acordo com Ana Lucia Sanches, diretora de Políticas de Alfabetização e Educação de Jovens e Adultos, o programa busca fortalecer os profissionais da rede pública na construção de currículos capazes de aumentar o nível de escolaridade dos estudantes.
“A EJA atende a dois grandes grupos: os trabalhadores adultos ou idosos, e também a juventude. É essencial compreender as expectativas e desejos dos jovens, reconhecendo-os como protagonistas de sua própria formação ao longo da vida.
Nosso objetivo é garantir que a educação seja inclusiva para todos”, destacou. Fábio Passos, vice-reitor da UFF, reforçou a importância da participação das instituições de ensino superior na inclusão na educação básica.
“A universidade busca usar seu conhecimento para incentivar e aprimorar a formação de jovens e adultos que mais necessitam. O Brasil apresenta contrastes significativos, o que deve ser considerado na elaboração de estratégias educativas. Além disso, valorizar os conhecimentos tradicionais é fundamental”, afirmou. Durante o evento de lançamento, o professor Paulo Carrano, da Faculdade de Educação e do Observatório Jovem da UFF, abordou os desafios enfrentados pelos professores.
Ele comentou que muitos enfrentam sentimentos de isolamento e insegurança ao lidar com a diversidade de idades e trajetórias na sala de aula da EJA. “O curso oferece ferramentas que possibilitam a construção de projetos pedagógicos coletivos, promovendo uma atuação inclusiva e intergeracional”, explicou.
Participaram também do evento a professora Nádia Falcão, da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), que conduziu a aula inaugural, além de estudantes que discutiram suas experiências, oportunidades e obstáculos enfrentados ao tentar equilibrar educação e mercado de trabalho. Nathália Rodrigues, uma das alunas, compartilhou que a EJA representa uma chance de reencontrar sonhos para o futuro.
Sua trajetória escolar foi interrompida aos 15 anos, após se tornar mãe, e contou com tentativas de retomada que, por incompatibilidade com o trabalho, acabaram sendo abandonadas. Em 2025, a flexibilidade do programa permitiu que ela retornasse às aulas, combinando atividades presenciais e a distância sob a supervisão de professores.
Esta iniciativa é promovida pela Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização de Jovens e Adultos, Diversidade e Inclusão (Secadi).