A prática de consumir suplementos alimentares e hormônios sem a supervisão adequada tem se tornado cada vez mais frequente, embora apresente sérios riscos à saúde.
De acordo com a nutricionista Janine Mendonça, vinculada à Secretaria de Estado da Saúde de Alagoas (Sesau), a administração descontrolada dessas substâncias pode ocasionar desequilíbrios nutricionais, distúrbios hormonais severos e ameaçar órgãos vitais.
Janine esclarece que produtos como whey protein, creatina, aminoácidos BCAAs e multivitamínicos não são isentos de perigos.
"Muitas pessoas usam esses suplementos por motivos que muitas vezes não justificam a necessidade, ou ingerem em doses inadequadas, o que pode sobrecarregar os rins e o fígado, além de gerar deficiências nutricionais ao invés de benefícios", ela alerta. No que diz respeito a hormônios, como testosterona, hormônio do crescimento (GH) e esteróides anabolizantes, os riscos se tornam ainda mais graves.
Segundo ela, o uso dessas substâncias sem a indicação de um profissional pode levar a problemas como ginecomastia (aumento de mamas em homens), perda de cabelo, alterações de humor, infertilidade, além de complicações cardiovasculares e hepáticas.
"Essas substâncias atuam diretamente na estabilidade do organismo e, quando utilizadas sem avaliação médica e acompanhamento, podem causar danos irreversíveis. É fundamental ter cautela, especialmente ao recorrer a elas sem prescrição ou orientação especializada", reforça Janine Mendonça.
Outro aspecto preocupante é a ausência de personalização nos tratamentos. Cada organismo reage de forma distinta, e sem acompanhamento profissional, não há ajustes precisos na dosagem ou combinações. Além disso, o uso de suplementos e hormônios pode mascarar problemas reais, como má alimentação, sono de má qualidade, estresse excessivo e treinos inadequados.
Para quem deseja alcançar metas relacionadas à saúde, estética ou desempenho, o primeiro passo é procurar profissionais capacitados. "O nutricionista avalia a real necessidade de suplementação, levando em conta a alimentação, o estilo de vida e os objetivos da pessoa. Já o médico realiza exames para verificar a necessidade de uso de hormônios.
É essa equipe multidisciplinar que garante segurança durante o processo", explica Janine. Ela destaca ainda que não existem atalhos na busca por saúde.
"Antes de pensar em suplementação ou hormônios, é imprescindível estabelecer uma base sólida com uma alimentação balanceada, prática de exercícios físicos adequados e noites de sono reparadoras.
Somente após consolidar esses pilares é que se deve avaliar a necessidade de recursos extras", conclui a especialista.