Especialista do Hospital de Alagoas alerta para riscos do consumo de metanol e seus efeitos na visão

O Hospital Metropolitano de Alagoas estabeleceu-se como uma referência no tratamento de casos relacionados à intoxicação por metanol no estado, após decisão tomada em reunião envolvendo representantes do Ministério da Saúde, do Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (CIEVS) e da Rede Nacional de Vigilância Epidemiológica Hospitalar (RENAVEH).

De acordo com o oftalmologista Raphael Costa, que atua na instituição, o metanol é uma substância altamente tóxica comumente empregada em produtos industriais, como solventes e combustíveis, sendo inadequada para consumo humano. A ingestão, seja ela acidental ou intencional, de bebidas alcoólicas adulteradas com essa substância pode causar danos severos ao organismo, especialmente à capacidade visual.

O especialista explica que, após entrar no organismo, o metanol é processado pelo fígado, produzindo metabólicos que representam risco à saúde, pois afetam seriamente o sistema nervoso central e o nervo óptico, responsável por captar a luz e transmitir as imagens ao cérebro. Essa ação pode resultar em perda de visão repentina e irreversível, podendo levar à cegueira total em poucas horas, caso não seja tratado a tempo.

Nos primeiros 12 a 24 horas após o consumo de qualquer bebida alcoólica, é crucial ficar atento a sinais de intoxicação. Sintomas como náuseas, vômitos desproporcionais, dores de cabeça intensas e dores abdominais, acompanhados por alterações visuais como visão turva, neblina ou mudança de cores, demandam atenção médica urgente. Quanto mais cedo o paciente procurar ajuda, maiores as chances de evitar sequelas permanentes ou fatalidades.

Outros sintomas frequentes incluem tontura, fraqueza, confusão mental e dificuldades respiratórias. O profissional reforça que o metanol não deve ser ingerido sob nenhuma circunstância e que o uso de bebidas suspeitas ou de procedência duvidosa representa um risco sério à saúde e à vida.

Raphael Costa adverte a população sobre o perigo do consumo de produtos não regulamentados e reforça que, embora até o momento não haja registros confirmados de intoxicação por metanol em Alagoas, é fundamental estar atento aos sintomas e buscar assistência imediata caso suspeite-se de qualquer caso.

O Governo de Alagoas, por sua vez, mantém monitoramento constante por parte da Secretaria de Estado da Saúde, em parceria com órgãos federais e unidades hospitalares sentinelas, para garantir uma resposta rápida e eficaz a possíveis ocorrências relacionadas ao tema.