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Acidente
18/10/2025 17:00:00

Paciente com câncer enfrenta atrasos de dois meses na iniciação do tratamento devido à escassez de medicamentos

Homem de 48 anos, que luta contra a doença, apela por apoio para continuar vivo enquanto aguarda o diagnóstico final

Paciente com câncer enfrenta atrasos de dois meses na iniciação do tratamento devido à escassez de medicamentos

Valdete Calheiros – correspondente / Tribuna Independente 18/10/2025 08h50 - Atualizado às 08h56

Alcione Cândido, de 48 anos, encontra-se em um impasse: aguarda há dois meses o resultado de uma biópsia que poderá definir o início do seu tratamento contra o câncer. Sua situação é agravada pela escassez de medicamentos essenciais no Hospital Metropolitano, unidade gerenciada pela Secretaria de Estado da Saúde.

O intervalo entre o diagnóstico e o começo efetivo do tratamento é fundamental e pode determinar o prognóstico de recuperação do paciente. Quanto mais tardio o início do procedimento, maior o risco de agravamento da condição e maior a chance de complicações fatais.

Para aqueles que dependem de sessões de quimioterapia e radioterapia, a necessidade de agilidade é ainda mais crítica. A demora na obtenção de remédios, conforme relatos de pacientes do hospital, tem causado preocupação, pois medicamentos essenciais simplesmente estão em falta, dificultando o progresso do tratamento.

Segundo informações obtidas de pacientes internados na unidade, há uma constante resposta de que os medicamentos chegarão na semana seguinte. Contudo, na prática, essa previsão nunca se concretiza, deixando os pacientes em uma espera interminável.

Entre os casos mais críticos, destaca-se Alcione Cândido da Silva, que apresenta metástase espalhada por ossos, pulmões, cabeça e mama. Desde que foi diagnosticada, ela aguarda uma biópsia que foi marcada há dois meses, procedimento que é crucial para sua internação e tratamento de saúde.

Uma familiar de Alcione, Lúcia Soares da Silva, confirmou que ela recebe mensalmente o benefício do LOAS, cujo valor é equivalente ao salário mínimo, o que não é suficiente para cobrir os custos crescentes com alimentação, fraldas e transporte para os deslocamentos frequentes ao hospital.

A companheira de Alcione, Lídia Maria de Morais Santos, disponibilizou uma chave Pix (82987711501) para quem desejar contribuir financeiramente. Recentemente, ela recebeu um colchão pneumático, o que ajudou a aliviar as escaras, que são feridas na pele causadas por sua permanência prolongada na posição deitada.

Sobre a situação do Hospital Metropolitano, uma equipe de jortnalismol buscou esclarecimentos após denúncias de falta de medicamentos de quimioterapia. A administração hospitalar negou o desabastecimento, afirmando que não há problemas na cadeia de suprimentos e que o Conselho Estadual de Saúde também não recebeu nenhuma denúncia oficial a respeito.

O Centro de Oncologia do hospital reforçou que todos os protocolos estão sendo seguidos normalmente, sem interrupções no fornecimento de medicamentos quimioterápicos. A instituição garante a continuidade do atendimento a todos os pacientes, incluindo aqueles que iniciaram recentemente o tratamento e aguardam apenas a chegada de medicamentos orais, prevista para a próxima semana.

De acordo com o comunicado, o Hospital Metropolitano de Alagoas mantém sua assistência oncológica de forma segura, humanizada e integral, garantindo que todos os insumos necessários estejam disponíveis para o cuidado dos pacientes sob o Sistema Único de Saúde (SUS).