Na manhã desta sexta-feira, a Força Aérea do Chile confirmou a localização de um helicóptero MH-60M Black Hawk que desapareceu na tarde de quinta-feira nas extensas geleiras do Sul, na região de Aysén, na Patagônia chilena. Dentro da aeronave estavam quatro ocupantes, dos quais três foram resgatados com vida e um, o piloto, foi encontrado sem sinais vitais. Os sobreviventes não apresentam risco de morte e serão encaminhados para atendimento hospitalar em Santiago.
O comandante do helicóptero, Sergio Hidalgo Leiva, de 32 anos, foi identificado como a vítima fatal. A confirmação veio após uma operação de busca que durou quase 18 horas, envolvendo helicópteros, aviões e equipes de paraquedistas, coordenada pelo Serviço de Busca e Resgate Aéreo (SAR) sob a orientação da FACh.
O incidente ocorreu enquanto a aeronave, pertencente ao 9º Grupo de Aviação da força aérea, realizava uma patrulha de rotina no refúgio Eduardo García Soto. A decolagem aconteceu às 16h (horário do Chile) do aeroporto de Villa O'Higgins, cidade remota a mais de 2.000 quilômetros ao sul de Santiago e próxima à fronteira com a Argentina. A missão incluía treinamentos para uma próxima expedição científica na Geleira Unión, além de operações médicas e odontológicas destinadas aos moradores locais.
Ao serem confirmados os detalhes do acidente, o presidente Gabriel Boric expressou solidariedade, enviando condolências à família do comandante e declarando luto oficial. Ele afirmou, durante um evento em uma escola no município de Estación Central, que todo o país lamenta a perda e que a força aérea recebeu seu apoio.
A ministra da Defesa, Adriana Delpiano, anunciou que uma investigação interna está em andamento para esclarecer as causas do ocorrido. Ela explicou que as condições climáticas adversas na região, como temperaturas extremamente baixas e ventos fortes, podem ter contribuído para o acidente, acrescentando que o setor de gelo é particularmente desafiador e complexo de navegar.
O helicóptero Black Hawk da Sikorsky Aircraft, uma das unidades mais sofisticadas adquiridas pelo Chile em 2016 e operacional desde 2018, é amplamente utilizado em operações na região montanhosa devido à sua robustez e capacidade de enfrentar condições extremas.
Os Campos de Gelo do Sul, uma vasta massa de gelo localizado entre o Chile e a Argentina, têm sido objeto de controvérsias diplomáticas, com disputas fronteiriças que levaram a um acordo de delimitação em 1998. Apesar de alguns incidentes ocasionais, as tensões entre os dois países permanecem controladas, com negociações e operações específicas continuando a ocorrer na área.