Capacidades e Alcance do Míssil Tomahawk: O Arsenal de Zelensky na Guerra Moderna

Em um cenário global marcado por tensões geopolíticas crescentes, armas de alta precisão frequentemente se tornam temas centrais de debate. Entre esses, o míssil Tomahawk, um dos instrumentos mais reconhecidos e eficientes do arsenal norte-americano, ganha destaque.

Nesta sexta-feira (17), o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, visitou a Casa Branca em busca de apoio militar, especificamente solicitando o envio desses mísseis. Mas, afinal, o que constitui exatamente um míssil Tomahawk e qual é a sua real capacidade de destruição?

Com base em informações disponibilizadas pela Marinha dos Estados Unidos e pelo Departamento de Defesa, apresentamos uma análise aprofundada das potencialidades dessa arma de alta tecnologia.

O que é o míssil de cruzeiro Tomahawk?

O Tomahawk Land Attack Missile (TLAM) é um míssil de cruzeiro de longo alcance, que voa de forma subsônica, projetado para ser lançado por plataformas marítimas de superfície e por submarinos.

Diferentemente dos mísseis balísticos, que percorrem uma trajetória em arco com velocidades extremas, o Tomahawk mantém uma rota baixa, seguindo a topografia do terreno para evitar a detecção pelos radares inimigos, assemelhando-se a uma pequena aeronave não tripulada a jato.

Segundo informações da Marinha dos EUA, sua principal missão é realizar ataques precisos contra alvos terrestres de alta importância, como instalações militares, centros de comando, infraestrutura crítica e defesas antiaéreas, minimizando danos colaterais e evitando colocar pilotos em risco. Capacidades e Potencial de Ataque:

Uma análise detalhada As especificações técnicas do míssil Tomahawk explicam seu papel estratégico. As versões mais avançadas, como Block IV e Block V, apresentam atributos impressionantes: - Alcance: Extremamente capaz, o mísseil consegue atingir pontos a mais de 1.600 quilômetros de distância, aproximadamente 1.000 milhas.

Essa capacidade permite que unidades marítimas dos Estados Unidos lancem ataques de áreas internacionais seguras, longe das linhas defensivas adversárias. - Ogiva: Geralmente equipada com uma carga explosiva de 450 kg (1.000 libras), o ogiva é capaz de destruir instalações subterrâneas, centros de comando, infraestrutura essencial e defesas aéreas.

- Velocidade: Mesmo sendo subsônico, atingindo cerca de 880 km/h, sua força não reside na rapidez, mas na capacidade de voar em baixa altitude e permanecer difícil de detectar. - Precisão Cirúrgica: O diferencial do Tomahawk está em seu sistema de navegação avançado, que combina GPS, navegação inercial (INS), tecnologias de correspondência de traçado do terreno (TERCOM) e reconhecimento de cena digital (DSMAC).

Essa combinação garante uma margem de erro de apenas alguns metros, possibilitando ataques altamente precisos até em ambientes urbanos complexos. Como é um ataque com o míssil Tomahawk?

O procedimento de lançamento e ataque do Tomahawk segue etapas bem delineadas: - Disparo: O míssil é lançado de um sistema de lançamento vertical (VLS), instalado em destróieres ou cruzadores, ou através de tubos de torpedo em submarinos. - Propulsão Inicial:

Após o lançamento, um foguete de impulso inicial acelera o míssil antes que seu motor principal a jato seja ativado para o voo de cruzeiro. - Navegação Autônoma: Durante seu trajeto, o míssil voa em baixa altitude, ajustando sua rota de forma independente, usando seus múltiplos sistemas de orientação para manter a trajetória correta.

- Variações em Voo: Segundo a Raytheon, fabricante, as versões mais modernas (Block V) podem ser redirecionadas para diferentes alvos enquanto ainda estão em voo e podem permanecer sobre uma área, aguardando o momento ideal para atacar.

Além disso, essas versões também são capazes de atingir alvos móveis no mar. Desde seu primeiro uso na Operação Tempestade no Deserto, em 1991, o míssil Tomahawk se consolidou como uma ferramenta preferencial para os primeiros ataques em conflitos militares.

Sua utilização permite às forças americanas neutralizar defesas aéreas, centros de comando e outras ameaças estratégicas adversárias, antes mesmo do lançamento de aviões tripulados, garantindo superioridade no campo de batalha.