A Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA) confirmou a formação do fenômeno climática conhecido como La Niña no Oceano Pacífico tropical, prevendo sua persistência ao longo dos próximos meses. Segundo o órgão, a manifestação começou a se formar em setembro, quando análises rotineiras identificaram temperaturas mais amenas nas águas de algumas regiões do Pacífico, indicador clássico do início da ocorrência do fenômeno.
De acordo com o especialista em meteorologia Eugenio César De Marco Greghi, representante da FieldPro, o período de dezembro de 2024 a fevereiro de 2025 foi marcado por uma La Niña de intensidade fraca, além de meses recentes classificados como neutros. Durante esse intervalo, o Oceano Pacífico Equatorial apresentou temperaturas ligeiramente inferiores à média, embora sem atingir oficialmente o limiar que caracteriza a La Niña, como apontado pela NOAA. Greghi acrescenta que, desde o final de julho de 2025, o Pacífico vem passando por um resfriamento progressivo, sinalizando a possível formação de uma La Niña de curta duração e baixa intensidade durante a primavera, com impacto esperado até meados de fevereiro de 2026.
O fenômeno pode gerar alterações distintas no clima brasileiro, conforme explica o meteorologista Guilherme Borges. Com o início da La Niña em dezembro, o clima no país tende a ser influenciado de diversas formas:
Borges destaca que, ao contrário dos verões anteriores, a estação chuvosa de 2025/2026 provavelmente não apresentará atrasos, minimizando o risco de secas prolongadas na primavera. Além disso, a maior cobertura de nuvens e a regularidade das chuvas devem limitar a intensidade e duração das ondas de calor, tornando-as menos frequentes, mais breves e menos extensas, contribuindo para um clima mais ameno na estação quente.