Após uma fase de desaceleração, o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) retornou ao ritmo acelerado em setembro, encerrando o mês com uma alta de 0,48%. Os dados recentes, divulgados nesta quinta-feira (9/10) pelo IBGE, revelam que, ao longo de doze meses, a inflação acumulada atingiu 5,17%, superando os 5,13% registrados até agosto.
O aumento foi impulsionado por fatores específicos, especialmente na tarifa de energia elétrica. Com o término do Bônus de Itaipu no mês anterior, o valor residencial da eletricidade subiu 10,31%.
Essa variação elevou o grupo Habitação ao registrar a maior alta mensal de 2,97%. Além disso, a permanência da bandeira vermelha 2 nas contas de luz, somada ao reajuste em cidades como São Luís, Vitória e Belém, contribuiu consideravelmente para o avanço da inflação.
A dinâmica dos preços também foi influenciada pelo reajuste tarifário, que, em setembro, ocorreu sob a bandeira tarifária vermelha patamar 2, onde consumidores pagaram uma sobretaxa de R$ 7,87 por cada 5 kWh consumidos.
Essa condição elevou a inflação do setor de Energia Elétrica Residencial para uma alta de 16,42% no ano, representando um impacto de 0,63 ponto percentual na variação do IPCA, que totalizou 3,64%.
Em doze meses, esse grupo apresentou uma elevação de 10,64%. Outro segmento que contribuiu para o aumento foi o de Vestuário, que cresceu 0,63%. Nesta categoria, os preços de roupas masculinas aumentaram 1,06%, as infantis 0,76% e as femininas 0,36%.
Além disso, outros setores também tiveram alta significativa: Transportes (0,01%), Saúde e cuidados pessoais (0,17%), Despesas Pessoais (0,51%) e Educação (0,07%).
Por outro lado, alguns grupos continuaram a registrar queda de preços, mantendo a tendência de agosto. Entre eles, destacam-se Artigos de Residência (-0,4%), Comunicação (-0,17%) e Alimentação de Bebidas (-0,26%). Na alimentação, houve uma redução de preços de itens essenciais no domicílio, como tomate (-11,52%), cebola (-10,16%), alho (-8,70%), batata-inglesa (-8,55%) e arroz (-2,14%). A pesquisa também aponta que a capital maranhense foi a cidade que apresentou a maior variação inflacionária em setembro, com aumento de 1,02%, enquanto Salvador registrou o menor incremento, de 0,17%.
Segundo Fernando Gonçalves, gerente da pesquisa, o resultado no grupo de Habitação foi o mais expressivo desde 1995. Ele destaca que, durante o mês, vigorou a bandeira tarifária vermelha patamar 2, que acrescentava R$ 7,87 ao custo de cada 5 kWh consumidos. Gonçalves também ressalta que, até o momento, a energia elétrica residencial acumula uma alta de 16,42% no ano e de 10,64% em 12 meses, sendo o principal fator que impactou a inflação de setembro.
Os efeitos no índice geral, com impacto de 0,63 ponto percentual, evidenciam a importância do setor na formação do IPCA. Por fim, o levantamento aponta que o mês de setembro também trouxe avanços em outros setores do mercado, como Vestuário, que apresentou aumento de 0,63%, impulsionado pelo aumento nos preços de roupas masculinas, infantis e femininas.
Além disso, grupos de Transporte, Saúde, Cuidados Pessoais, Despesas Pessoais e Educação tiveram altas moderadas. Em contraste, três categorias voltaram a registrar queda de preços, semelhantemente a agosto. São elas: Artigos de Residência (-0,4%), Comunicação (-0,17%) e Alimentação de Bebidas (-0,26%). Nesta última, as reduções foram mais intensas em alimentos básicos consumidos em casa, como tomate (-11,52%), cebola (-10,16%), alho (-8,70%), batata-inglesa (-8,55%) e arroz (-2,14%).