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Geral
09/10/2025 07:00:00

Aumento na produção de armamentos ucranianos impacta a crise energética na Rússia

Drones e mísseis de Kiev agravaram a escassez de combustível em território russo, aponta Zelenskyy

Aumento na produção de armamentos ucranianos impacta a crise energética na Rússia

Na quarta-feira, o presidente ucraniano Volodymyr Zelenskyy afirmou que as recentes ações militares de seu país, incluindo ataques a instalações energéticas russas com mísseis de alcance prolongado e drones de última geração, têm causado uma crise de abastecimento de gás na Rússia.

Segundo ele, Moscou agora precisa incrementar suas importações de combustíveis provenientes de países como a Bielorrússia para suprir a demanda. De acordo com Zelenskyy, uma nova arma ucraniana, o míssil Paliantysia, atingiu múltiplos depósitos militares russos, enquanto o drone Ruta destruiu uma plataforma petrolífera a mais de 250 km de distância, que o líder considerou um avanço notável na tecnologia de ataque do seu país. Além disso, instalações russas de energia também sofreram ataques de enxames de drones Liutyi e Fire Point, que envolveram até 300 unidades em cada operação.

As forças ucranianas também dispararam recentemente os sistemas de mísseis Neptune e Flamingo contra a Rússia, revelou Zelenskyy. Ele destacou que o impacto desses ataques é refletido na crescente necessidade de importação de gasolina pela Rússia, aumentando a dependência de fontes externas.

Dados sigilosos do serviço de inteligência ucraniano indicam que Moscou triplicou suas compras de combustível na Bielorrússia e, ao mesmo tempo, reduziu as importações de outros países, como a China. Zelenskyy confirmou que as perdas de gasolina russas podem chegar a 20% após as ações militares de Kiev.

Até o momento, o governo russo não comentou oficialmente sobre possíveis escassezes de combustíveis. Para Kiev, os avanços nas armas desenvolvidas internamente representam uma vitória significativa após mais de três anos de conflito, durante o qual a Rússia utilizou seus maiores recursos militares e econômicos para tentar subjugar a Ucrânia.

Apesar do apoio militar vindo do Ocidente, a Ucrânia tem se mostrado insatisfeita com as limitações impostas pelos Estados Unidos e principais aliados europeus, que evitam ataques mais diretos contra a Rússia por temores de uma escalada do conflito. Zelenskyy solicitou publicamente que Washington envie mais armamentos de longo alcance, incluindo mísseis Tomahawk capazes de transportar ogivas pesadas, uma demanda que os EUA anteriormente resistiram a atender.

O presidente norte-americano Donald Trump, que enfrenta dificuldades para encerrar o conflito devido à resistência russa, mencionou no começo desta semana ter tomado uma decisão preliminar sobre o envio dos mísseis, sem detalhes específicos.

O líder ucraniano afirmou que durante uma reunião recente, não ouviu uma resposta negativa aos seus pedidos de Tomahawks e que os representantes dos EUA concordaram em discutir a questão tecnicamente.

Uma delegação liderada pela primeira-ministra ucraniana, Yuliia Svyrydenko, deve viajar aos Estados Unidos no início da próxima semana para tratar de temas relacionados à defesa aérea, cooperação energética, sanções econômicas e a possível utilização de ativos russos congelados para financiar a resistência ucraniana.