Na manhã de sexta-feira, o governo de Israel confirmou a aprovação do plano que prevê a retirada parcial de suas tropas de Gaza, além do início do cessar-fogo e da libertação de todos os reféns palestinos.
O acordo, que inclui uma retirada militar parcial, foi assinado após uma reunião do gabinete de segurança israelense, que ocorreu cinco horas após o início do debate.
Conforme declarações feitas pelo chefe da equipe de negociações do Hamas no Egito, Khalil al-Hayya, as partes receberam garantias de que os Estados Unidos, Catar e Egito garantiram o fim completo do conflito.
As expectativas indicam que, nas primeiras 24 horas após o início do cessar-fogo, ocorrerá uma retirada parcial das forças israelenses, a suspensão das operações militares por parte de Israel e a libertação dos 48 reféns israelenses mantidos na Faixa de Gaza, sendo a maioria deles mortos.
O presidente dos EUA, Donald Trump, declarou que a guerra chegou ao fim e que os reféns israelenses serão libertados "na segunda ou na terça-feira". Além disso, os serviços de Defesa Civil de Gaza relataram que um ataque israelense resultou na captura de mais de 40 palestinos sob os escombros de uma residência na Cidade de Gaza.
Nos bastidores, o governo dos Estados Unidos anunciou o envio de 200 soldados para Israel com a missão de supervisionar a implementação do acordo, sem participação em operações terrestres na região.
Essas tropas acompanharão os esforços de monitoramento junto às forças de Egito, Catar, Turquia e possivelmente os Emirados Árabes Unidos, que também estariam considerando o envio de tropas.
O ministro de Segurança Nacional de Israel, Itamar Ben Gvir, expressou oposição ao pacto, afirmando que votará contra o acordo de cessar-fogo e que deixará o governo se o Hamas permanecer em Gaza. Ele afirmou que o seu voto se deve à inclusão na libertação de prisioneiros palestinos, e reforçou que seu partido, a Força Judaica, abandonará a coalizão se o Hamas continuar controlando Gaza, considerando a permanência do grupo uma "linha vermelha".
Ben Gvir também garantiu que não fará parte de um governo que permita a continuidade do Hamas na região e alertou que, caso o grupo permaneça, seu partido irá desmantelá-lo. A noite de quinta-feira será marcada por reuniões do gabinete de segurança e do conselho de ministros em Jerusalém, com o objetivo de ratificar o acordo de cessar-fogo e a libertação dos 48 reféns, dos quais 20 ainda permanecem vivos.
Além disso, Donald Trump anunciou que viajará ao Oriente Médio no domingo e discursará na Assembleia Legislativa de Israel na segunda-feira, como parte das ações para consolidar o avanço nas negociações.
A assinatura do acordo gera otimismo na Praça dos Reféns e Desaparecidos em Tel Aviv, que há dois anos se transformou em símbolo de memórias dolorosas após o ataque do Hamas, que resultou na captura de mais de 250 pessoas, sendo que uma parte foi libertada em cessar-fogo e trégua subsequente.
Por fim, a expectativa é de que o processo de paz venha a reduzir o clima de tensão constante na região e possibilitar uma retomada de negociações mais amplas para uma solução duradoura.