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Economia
07/10/2025 10:00:00

Declínio nas vendas brasileiras para os EUA reflete impacto das tarifas elevadas

Dados do Ministério do Desenvolvimento indicam redução de 20,3% nas exportações em setembro, mas crescimento no valor total enviado ao exterior

Declínio nas vendas brasileiras para os EUA reflete impacto das tarifas elevadas

As exportações do Brasil aos Estados Unidos sofreram uma diminuição de 20,3% em valor durante setembro, devido à implementação de tarifas adicionais de 50% sobre produtos brasileiros, conforme divulgado pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC). Este resultado representa uma redução de US$ 3,2 bilhões em relação ao mesmo mês de 2024.

Além da queda na receita, o volume de mercadorias enviadas ao país norte-americano também apresentou retração de 13,1%. Os dados oficiais publicados nesta segunda-feira (6/10) revelam o impacto direto das tarifas elevadas, que passaram de 10% para 50% a partir de 6 de agosto, afetando significativamente as exportações brasileiras para o maior mercado mundial.

Recentemente, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, deu sinais de abertura ao Brasil, entrando em contato telefônico com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e prometendo uma visita oficial ao país para discutir futuras negociações comerciais. Essa iniciativa ocorre após o agravamento da disputa tarifária que já prejudica importantes setores do comércio exterior brasileiro.

Mesmo diante da queda nas exportações para os EUA, as vendas externas totais do Brasil em setembro cresceram 7,2%, alcançando US$ 30,5 bilhões, enquanto as importações atingiram US$ 27,5 bilhões, o que representa uma alta de 17,7% em comparação ao mesmo período do ano anterior.

O saldo comercial do mês fechou negativo em US$ 3 bilhões, configurando uma redução de 41,1% na comparação com setembro de 2024, refletindo um cenário de aumento nas importações e queda nas exportações para o mercado norte-americano.

O setor de transformação industrial impulsionou positivamente a balança comercial, com exportações totalizando US$ 16,9 bilhões em setembro. Destacam-se os crescimentos na exportação de carne bovina, que avançou 55,6%, e de automóveis, que subiu 50%. Outros segmentos também mostraram avanços: a agroindústria cresceu 18%, enquanto a mineração aumentou 9,2%.

Apesar dos prejuízos na relação com os Estados Unidos, as vendas para destinos alternativos mostraram sinais de recuperação. As exportações para a China aumentaram 14,7%, e para o Mercosul, o crescimento foi de 27,6%. Além disso, as exportações para a União Europeia tiveram uma elevação modesta de 2% no mesmo período.

Quando analisado o acumulado de janeiro a setembro, a balança comercial brasileira apresenta uma redução de 22,5% em relação ao mesmo intervalo do ano anterior. As exportações aos EUA tiveram uma leve queda de 0,6%. Para os países asiáticos, a queda totalizou 1,7%, enquanto para a União Europeia, houve um crescimento acumulado de 1,3%, indicando uma diversificação no mercado externo brasileiro mesmo em tempos de tensão comercial.