Na última segunda-feira, as forças de defesa da Ucrânia divulgaram uma série de ataques aéreos direcionados a alvos cruciais na Rússia, incluindo uma planta de munições localizada na região de Nizhny Novgorod, um importante terminal petrolífero na Crimeia, além de depósitos de armas situados na linha de frente do conflito.
Esses movimentos intensificaram a pressão sobre a infraestrutura logística do Kremlin. As ações ocorreram em 14 diferentes regiões russas, abarcando também áreas próximas à península da Crimeia, ao redor do Mar Negro e do Mar de Azov, conforme reconhecido oficialmente pelas autoridades russas.
De acordo com informações militares ucranianas, os drones de longo alcance atingiram uma fábrica que fornece munições de artilharia, bombas de avião, além de armamentos antiaéreos e antitanque. Além disso, um incêndio foi provocado em um terminal petrolífero na Crimeia, e um depósito pertencente ao 18.º Exército de Armas Combinadas da Rússia sofreu danos, conforme comunicado do Estado-Maior russo.
Apesar de não entrarem em detalhes específicos, os militares ucranianos afirmaram que as defesas aéreas russas interceptaram 251 drones ucranianos, configurando uma das maiores baixas de veículos aéreos não tripulados em território russo desde o início do conflito, em 2022.
Gleb Nikitin, governador de Nizhny Novgorod, declarou que as defesas aéreas impediram uma ofensiva de 20 drones ucranianos direcionada a uma zona industrial que inclui a fábrica de munições, garantindo que nenhuma instalação tenha sido atingida. Essas operações de ataque de longo alcance também contribuíram para uma escassez de combustíveis na Rússia durante agosto, ao direcionar refinarias e outras instalações petrolíferas.
Ao tentar ampliar seu impacto, a Ucrânia busca aprimorar sua capacidade de produção de drones e armas nacionais, como estratégia de contrabalançar a invasão russa e exercer maior pressão militar, política e social sobre Vladimir Putin. Apesar do fortalecimento econômico e militar da Rússia, Kyiv tem limitado seus avanços a avanços lentos e dispendiosos em áreas rurais, onde a tecnologia de drones ajuda a compensar a inferioridade numérica de soldados.
No contexto de apoio internacional, a Ucrânia acelerou o desenvolvimento de suas próprias indústrias de defesa e compartilha conhecimentos sobre drones com países europeus, além de negociar possíveis parcerias tecnológicas com os Estados Unidos. A expectativa é que até o final do ano, a indústria de armas ucraniana possa exportar excedentes de produção, usando os lucros para adquirir sistemas de alta tecnologia que ainda não consegue fabricar internamente, conforme declarou o presidente Volodymyr Zelenskyy na última segunda-feira.