Na segunda-feira (6), representantes de Israel e Hamas se reuniram na capital egípcia, Cairo, para dialogar sobre o encerramento do conflito na Faixa de Gaza, enquanto a pressão internacional e dos Estados Unidos, liderada pelo presidente Donald Trump, cresce para a resolução definitiva da crise.
O encontro ocorre após a resposta do grupo palestino ao plano de 20 pontos apresentado pela administração de Trump, que visa estabelecer referências para negociações de paz e interromper quase dois anos de hostilidades na região.
Durante as conversas, os mediadores esperam esclarecer pontos ainda nebulosos, como o desarmamento e o futuro do governo de Gaza, questões que representam preocupações importantes para ambas as partes.
O líder americano demonstrou otimismo quanto ao progresso das tratativas no Oriente Médio. Em uma publicação na rede social Truth Social, Trump afirmou que as negociações com Hamas estão avançando rapidamente e que as equipes técnicas se reunirão novamente no Egito para finalizar os detalhes, com a expectativa de concluir a primeira fase ainda nesta semana.
"Estou pedindo que todos agilizem o processo", declarou o ex-presidente, acrescentando que continuará acompanhando de perto o conflito, que ele descreveu como "centenário". Ele alertou que o tempo é crucial para evitar um sangramento ainda maior, reforçando sua posição de intolerância a atrasos no processo de paz.
Por sua vez, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, declarou no sábado (4) que há esperança de libertar todos os reféns palestinos mantidos em Gaza dentro de poucos dias. Em uma transmissão ao vivo, afirmou que "estamos à beira de uma conquista significativa" e que, durante o próximo feriado de Sucot, espera garantir a libertação de todos os reféns, vivos ou mortos, mantendo a presença militar na faixa.
O Hamas confirmou que sua delegação está no Egito para negociar, tendo anteriormente demonstrado disposição para libertar todos os reféns e discutir detalhes do possível acordo. Em comunicação enviada aos mediadores do Catar, o grupo ressaltou seu desejo de acabar com o que classificaram como "genocídio contra o povo palestino", decisão esta tomada após consultas com líderes, facções palestinas e representantes internacionais.
Nos Estados Unidos, a Casa Branca revelou detalhes do projeto de Trump para solucionar o conflito. O plano prevê a criação de uma autoridade internacional temporária, denominada "Conselho da Paz", presidida por Trump, com outros líderes e ex-chefes de Estado, incluindo Tony Blair, ex-primeiro-ministro britânico.
A proposta sugere que, após a formação do conselho, o controle da Faixa de Gaza seja transferido para a Autoridade Palestina, com um compromisso de cessar fogo duradouro e a libertação de todos os reféns, sejam eles vivos ou mortos, atualmente sob posse do Hamas. Em troca, Israel libertará prisioneiros palestinos e devolverá os corpos de seus mortos.
O projeto também prevê que a região palestina não será anexada por Israel, e que o Hamas ficará de fora do governo futuro. Aqueles integrantes do grupo que se entregarem receberão anistia, e a retirada gradual das forças israelenses de Gaza, assim como sua desmilitarização, também fazem parte do plano.
Tanto Israel quanto Hamas demonstraram concordância com os termos apresentados, com o grupo palestino declarando sua disposição de libertar todos os reféns no início do cessar-fogo e renunciar ao controle do território palestino. Entretanto, o Hamas ainda não divulgou detalhes adicionais sobre os pontos principais da proposta de Trump.
As delegações de Israel, Estados Unidos e Hamas estão reunidas no Egito para discutir as condições do plano, que pode pôr fim a mais de dois anos de conflito na região de Gaza, trazendo esperança de uma resolução diplomática duradoura.