Na próxima semana, entre os dias 6 e 10 de outubro, a cidade de Luziânia, localizada em Goiás, será o centro de uma importante conferência voltada à juventude e ao meio ambiente. A 6ª Conferência Nacional Infantojuvenil pelo Meio Ambiente (CNIJMA) contará com a participação de mais de 2,2 milhões de pessoas que participaram das fases escolares, municipais e estaduais ao longo do ano. Este evento reúne estudantes, professores, gestores escolares e comunidades inteiras em atividades pedagógicas que envolvem reflexão, pesquisa e ações concretas, chegando agora à sua etapa máxima, a nacional.
O encontro será inaugurado na segunda-feira (6), às 11h (horário de Brasília), no Auditório Terra, localizado no Centro de Treinamento Educacional (CTE) da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Indústria (CNTI).
Com o tema “Transformar o Brasil com educação e justiça climática”, a fase nacional espera congregar cerca de 800 participantes, incluindo representantes infantojuvenis, educadores, jovens, acompanhantes e membros das Comissões Organizadoras Estaduais (COE).
O foco desta edição é avançar na discussão sobre justiça ambiental, abordando a necessidade de reduzir desigualdades sociais e territoriais no combate às mudanças climáticas. A CNIJMA integra uma série de eventos preparatórios para a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas de 2025 (COP30).
Durante a etapa estadual, os estados participantes também realizaram o Balanço Ético Global, reforçando o compromisso coletivo com a justiça socioambiental. O objetivo é dar voz às crianças e adolescentes, promovendo a inclusão de temas relacionados às mudanças climáticas e à preservação da biodiversidade nos currículos escolares e na elaboração de projetos pedagógicos.
O órgão responsável por organizar o evento é o Gestor da Política Nacional de Educação Ambiental (PNEA), uma parceria entre os ministérios da Educação (MEC), do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) e do Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). A iniciativa visa consolidar a escola como espaço fundamental na formação de cidadãos críticos, conscientes e engajados, por meio de projetos de educação ambiental, inovação sustentável e envolvimento comunitário.
O programa detalhado da fase nacional inclui atividades de formação, cultura e integração, como:
• Feira de projetos: espaço para apresentação de propostas desenvolvidas por delegados de escolas e comunidades, fomentando ideias de transformação socioambiental.
• Oficinas práticas: atividades voltadas à justiça climática, territórios saudáveis, autoproteção escolar e estratégias de regeneração ambiental.
• Trabalho em grupos: momentos de sistematização de aprendizados e troca de experiências entre estudantes.
• Painéis e diálogos com adultos: debates sobre políticas de educação ambiental, reparação e prevenção de traumas escolares.
• Noites culturais e apresentações artísticas: celebrações da diversidade cultural e intercâmbio entre diferentes regiões do Brasil.
• Gincanas: atividades colaborativas que estimulam cooperação, diversão e reflexão sobre justiça climática.
• Diálogos finais: compromisso coletivo com ações ambientais e preparação para a COP30, que acontecerá em Belém (PA).
Confira o cronograma resumido com os horários dos principais momentos:
- 5/10 (domingo): chegada, recepção, jantar e espetáculo cultural às 20h.
- 6/10 (segunda): cerimônia de abertura às 11h no Auditório Terra; feira de projetos das 14h às 16h30; exibição de filme às 20h30.
- 7/10 (terça): plenária “Territórios Saudáveis” às 9h; oficinas temáticas ao longo do dia.
- 8/10 (quarta): plenária “Territórios que Protegem” às 9h; atividades similares às anteriores.
- 9/10 (quinta): “Territórios de Justiça e Paz” às 9h; oficinas às 10h30; gincana das 14h15 às 18h30; painel de encerramento às 11h.
- 10/10 (sexta): plenária final às 9h30, seguida pela entrega da Carta de Compromisso às autoridades às 14h; no sábado, o retorno aos seus estados de origem.
Ao longo de 2025, a CNIJMA atingiu um alcance expressivo, envolvendo 8.732 escolas em 2.307 municípios brasileiros, refletindo a diversidade socioambiental do país. Entre esses, 1.293 estavam localizadas em áreas de risco social e ambiental, enquanto 158 atendiam estudantes com deficiência (PCDs). A iniciativa também incluiu 1.478 escolas rurais, 186 comunidades indígenas e 139 quilombolas, abrangendo todas as regiões do território nacional, além do Distrito Federal.
As regiões com maior número de escolas participantes foram a Mata Atlântica, com 2.818 instituições, seguida pela Caatinga (2.467), o Cerrado (1.695) e a Amazônia (1.300).
Desde sua criação em 2003, a CNIJMA já mobilizou mais de 20 milhões de pessoas, consolidando a educação ambiental como política de Estado. O programa promove a inclusão de temas como mudanças climáticas e conservação da biodiversidade nos currículos escolares, conforme a Lei nº 14.926/2024. Além disso, fortalece o protagonismo juvenil e conecta o ensino básico às grandes agendas globais de meio ambiente e clima.