O plano de paz divulgado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, durante uma reunião com o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu, busca oferecer uma solução para o conflito na Faixa de Gaza.
A iniciativa foi anunciada na semana passada, antes do encontro na Casa Branca, que marcou a quarta conversa entre os dois líderes neste ano. Apesar das declarações de apoio de Trump e Netanyahu, ainda há incertezas quanto à aceitação do Hamas.
Segundo fontes do governo americano, detalhes do projeto de 20 pontos foram revelados recentemente, e o documento propõe um caminho para a criação de um Estado palestino, uma posição fortemente rejeitada por Israel.
A proposta inclui condições para a libertação de reféns e o retorno de restos mortais, além de estabelecer regras para o desarmamento do Hamas e a reforma da Autoridade Palestina.
A proposta exige que todos os reféns vivos e falecidos, mantidos por ambos os lados, sejam devolvidos em até 72 horas após Israel concordar com o acordo. Como contrapartida, Israel libertará 250 prisioneiros condenados à prisão perpétua, além de 1.7 mil moradores de Gaza detidos após o dia 7 de outubro, incluindo mulheres e crianças.
Para cada corpo de um israelense devolvido, Israel entregará os restos mortais de 15 palestinos de Gaza. O documento também estabelece a retirada das forças israelenses de Gaza, sem a possibilidade de ocupação ou anexação, e prevê uma zona desmilitarizada livre de grupos terroristas.
O Hamas, considerado uma organização terrorista por diversos países, deverá aceitar o desarmamento completo, e todos os grupos armados deverão ser dissolvidos, com uma supervisão internacional que incluirá monitores independentes e uma comissão liderada por Donald Trump, apoiada por especialistas e pelo ex-primeiro-ministro britânico Tony Blair. Além disso, o plano contempla a criação de um governo de transição composto por um conselho palestino técnico e internacional, responsável por administrar a região temporariamente.
Este órgão, apoiado por uma força internacional de estabilização — a ser formada por forças treinadas em cooperação com Egito e Jordânia —, terá a missão de manter a segurança, impedir a entrada de armas e garantir a entrada de ajuda humanitária através de canais internacionais.
O acordo prevê que Gaza não será ocupada nem anexada por Israel durante esse período. Para a reconstrução da infraestrutura, o projeto inclui a recuperação de sistemas de água, energia, saúde e transporte, além da entrada de equipes especializadas na remoção de escombros.
A ajuda humanitária, coordenada por organismos como a ONU, será entregue por canais neutros, sem interferência de nenhuma das partes envolvidas. O plano também sugere a construção de uma zona econômica especial, com tarifas preferenciais negociadas com países parceiros, permitindo a liberdade de movimento de pessoas e bens, e incentivando residentes a permanecerem na região. O Hamas e outros grupos armados terão que se comprometer a não participar do governo, deixando de lado qualquer atuação militar ou política na região. Importante destacar que o documento prevê a destruição de túneis, fábricas de armas e outras infraestruturas militares de Gaza, além de um processo de desmilitarização supervisionado por observadores internacionais.
O objetivo principal é transformar Gaza numa região segura, economicamente viável e pacífica, que conviva harmoniosamente com seus vizinhos. O apoio regional é considerado fundamental para o sucesso do projeto, com garantias de que o Hamas cumprirá suas obrigações, sob o acompanhamento de uma força internacional que monitorará o cumprimento do acordo.
Caso o Hamas rejeite ou atrase a implementação, a operação de ajuda e a retirada das forças de defesa israelenses ocorrerão conforme planejado, com a transferência progressiva de controle às forças palestinas treinadas. O processo de diálogo inter-religioso também ganhou destaque, visando promover uma cultura de tolerância e convivência pacífica entre palestinos e israelenses, enfatizando os benefícios de um futuro pacífico na região.
Por fim, enquanto o processo de reconstrução e reformas avança, espera-se que as condições se alinhem para a realização de uma solução definitiva, com a criação de um Estado palestino reconhecido internacionalmente.
Os Estados Unidos assumirão um papel de mediadores, facilitando uma convivência pacífica e sustentável entre as duas nações.