Na cidade de Cajueiro, na Zona da Mata de Alagoas, uma tragédia envolvendo o falecimento do pequeno Everton da Silva Santos, de apenas cinco anos, no Hospital Municipal Dr. Augusto Dias Cardoso, provocou forte comoção e questionamentos públicos.
Em resposta ao acontecido, a administração municipal anunciou o afastamento da médica responsável pelo atendimento inicial e iniciou um procedimento interno para apurar as circunstâncias do caso.
Desde a admissão do garoto na unidade, em 15 de setembro, a equipe de saúde, composta por médicos plantonistas, enfermeiros e técnicos de enfermagem, além de recursos para exames e suporte para transferências a centros especializados, esteve completa e operacional, segundo informações da Secretaria Municipal de Saúde.
No dia seguinte, após o agravamento do estado clínico do paciente, todas as medidas de emergência foram tomadas, incluindo administração de medicamentos, intubação, manobras de reanimação e regulação para transferência de emergência a Maceió. Contudo, Everton não resistiu e faleceu na terça-feira, 16 de setembro.
O relatório do Serviço de Verificação de Óbitos apontou que a causa da morte foi pneumonia, broncopneumonia, edema pulmonar, derrame pleural e insuficiência respiratória, sem sinais que indicam meningite. A tragédia ganhou maior repercussão após denúncias da família, que relatou possíveis falhas no atendimento. Segundo os pais, os sintomas começaram no domingo, 14 de setembro, incluindo febre elevada, dores de cabeça, dores abdominais e vômitos.
Durante os três dias seguintes, Everton foi levado ao hospital três vezes, recebendo apenas medicamentos e soro, sem exames complementares. Em uma das ocasiões, a médica teria justificado a fraqueza do menino como decorrente de má alimentação, apesar de ele estar vacinado e alimentado normalmente.
Ao longo do velório e do sepultamento, moradores protestaram pedindo justiça e esclarecimentos sobre a conduta dos profissionais de saúde. O Conselho Tutelar está acompanhando a situação, tendo coletado informações sobre os atendimentos realizados. A Polícia Civil, através do 102º Distrito de Cajueiro, também abriu uma investigação para entender melhor as circunstâncias do falecimento, ouvindo testemunhas e reunindo provas.
A Prefeitura, por sua vez, divulgou uma nota reafirmando seu compromisso com a transparência, a verdade e uma assistência de saúde mais acolhedora, condenando qualquer ação de negligência ou de tratamento desumano nas unidades de saúde. Por meio de um comunicado oficial, o órgão destacou que, desde o momento do atendimento inicial, a estrutura do hospital estava funcionando normalmente, com equipe completa e equipamentos essenciais, como raio-x, eletrocardiograma e medicamentos, disponíveis para ações emergenciais.
A administração municipal reforçou que, diante do agravamento do quadro do paciente, todas as providências foram tomadas rapidamente, incluindo a regulação para transferência a Maceió, além de procedimentos de suporte avançado, como intubação e manobras de reanimação.
Apesar do empenho, Everton não conseguiu sobreviver. O laudo do SVO revelou que as causas da morte foram problemas respiratórios graves, como pneumonia e edema pulmonar, sem indicações de meningite. A Prefeitura também ressaltou que o hospital possui recursos adequados para atender emergências.
Em resposta às críticas, a administração anunciou o afastamento imediato da médica responsável pelo primeiro atendimento e a abertura de uma apuração interna, reafirmando seu compromisso com a verdade, a transparência e a justiça. A entidade condenou veementemente qualquer conduta que demonstre negligência ou desumanidade nos serviços de saúde.
Por fim, a Prefeitura de Cajueiro e a Secretaria de Saúde permanecem disponíveis para fornecer esclarecimentos e reforçam a importância de um atendimento digno, o direito à vida e a construção de um sistema de saúde mais humano e solidário.