Brasil enfrenta dificuldades para obter vistos de seus representantes na preparação para a Assembleia Geral da ONU

A chegada de membros da equipe diplomática brasileira aos Estados Unidos ainda depende da liberação de seus vistos, apenas uma semana antes do início da 80ª Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas, que acontece de 22 a 26 de setembro. O governo brasileiro informa que há informações de que o governo americano estaria processando os pedidos pendentes, embora sem garantias de resultado, segundo o delegado do Itamaraty, Marcelo Marotta Viegas, nesta segunda-feira (15).

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve discursar na cerimônia de abertura, marcada para o dia 23 de setembro, uma tradição das lideranças brasileiras nessas reuniões internacionais. Apesar de a presença do mandatário estar assegurada, outros integrantes da delegação ainda aguardam permissão para entrar nos Estados Unidos, uma vez que seus vistos ainda não foram concedidos.

Na mesma semana, o governo dos EUA revogou os vistos emitidos para Mahmoud Abbas, líder da Autoridade Palestina, e outros membros palestinos. O episódio ocorreu no final de agosto, após acusações do governo Trump de envolvimento da organização com ações terroristas relacionadas ao conflito com Israel. A Autoridade Palestina administra partes da Cisjordânia, enquanto o Hamas controla a Faixa de Gaza. Apesar de não possuir o status de Estado-membro, a Palestina, enquanto Estado observador da ONU, possui direito de solicitar vistos para seus representantes, conforme análises de especialistas.

Na reunião do comitê da ONU realizada recentemente, foi debatida a suspensão dos vistos destinados às autoridades palestinas. A postura do Brasil foi de preocupação, com representantes expressando que qualquer ação que viole o papel de país sede da ONU é inaceitável. Marcelo Marotta destacou que, embora o Brasil não seja membro do comitê, participou da discussão e reforçou o compromisso com o respeito às obrigações da organização.

Espera-se que, durante a Assembleia Geral, países europeus oficializem o reconhecimento da Palestina como Estado. França e Reino Unido anunciaram intenções de fazê-lo nesta ocasião, enquanto os Estados Unidos e Israel manifestaram oposição à medida. Essa questão tem gerado debates intensos no cenário internacional, refletindo as tensões políticas na região.