A Exxon Mobil anunciou a criação de uma nova molécula de carbono que tem potencial para estender a vida útil de baterias de veículos elétricos em até 30%, conforme declarado pelo CEO Darren Woods.
A inovação, descrita como uma transformação revolucionária na performance das baterias, foi apresentada durante o Simpósio de Energia na Universidade do Texas, em Austin, nesta sexta-feira, dia 12. Segundo Woods, o novo método envolve o uso de uma variante de grafite sintético no lado do ânodo, o que possibilita carregamentos mais rápidos, maior durabilidade e alcance ampliado para os veículos elétricos.
A tecnologia já está sendo avaliada por diversos fabricantes do setor automotivo. A companhia também revelou que adquiriu vários ativos de produção da Superior Graphite, sediada em Chicago, com o objetivo de ampliar sua capacidade de fabricação e atingir uma produção comercial até 2029. Embora a Exxon não pretenda se tornar uma fabricante de baterias, ela pretende aproveitar suas refinarias, laboratórios e instalações químicas para produzir materiais essenciais à transição energética, incluindo a extração de lítio, componente fundamental nas baterias.
Woods destacou que, apesar de não trabalharem com energias renováveis como a eólica ou solar, a empresa vê oportunidades na transformação molecular e na utilização de moléculas de hidrogênio e carbono para atender à crescente demanda do mercado energético. A trajetória da Exxon na área de baterias remonta às décadas de 1970 e 1990, quando criou a primeira bateria de íons de lítio e o filme plástico utilizado em versões recarregáveis, além de desenvolver novos materiais para separar componentes internos.
Entretanto, os projetos relacionados ao hidrogênio de baixo carbono enfrentam obstáculos, como a possível postergação de um empreendimento em Baytown, Texas, devido à falta de interesse dos consumidores. Woods também expressou preocupação com o prazo para a implementação de créditos fiscais para o hidrogênio sob a legislação do presidente Donald Trump, conhecida como Big Beautiful Bill, alegando que a legislação pode não oferecer tempo suficiente para estimular o crescimento do mercado.
Ele reforçou que um setor de hidrogênio competitivo, impulsionado pelas forças do mercado, é fundamental para atrair investimentos multibilionários, ressaltando que “não se pode fazer isso por caridade”.