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Acidente
14/09/2025 11:00:00

Mercado cambial: o dólar atinge seu menor valor em meses diante de incertezas políticas e econômicas

Fortalecimento do real ocorre em meio a expectativas de redução nas taxas de juros nos EUA e movimentos de risco no cenário internacional

Mercado cambial: o dólar atinge seu menor valor em meses diante de incertezas políticas e econômicas

Na manhã desta sexta-feira, 12 de abril, a moeda americana fechou em R$ 5,3541, atingindo o patamar mais baixo desde 7 de junho de 2024, quando havia sido registrada a cotação de R$ 5,3247.

A queda de 0,71% ocorreu após a mínima de R$ 5,3452 durante o dia. Com esse movimento, o dólar encerra a semana com uma desvalorização de 1,08% e acumula uma perda de 1,25% em setembro, além de um recuo de 13,37% no acumulado do ano.

O real, por sua vez, desponta como uma das moedas latino-americanas com melhor desempenho neste período. A valorização do real foi impulsionada por fatores internos e externos. Investidores estão abandonando posições mais conservadoras na ausência de novas sanções do governo dos Estados Unidos contra o Brasil, após a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

Além disso, a expectativa de uma possível redução nas taxas de juros americanas na próxima semana, aliada ao aumento da atratividade do carry trade, também contribuem para a melhora da moeda brasileira. Especialistas indicam que o movimento de fortalecimento do real reflete ainda uma saída de prêmios de risco no mercado de câmbio, diante de um cenário político mais definido. Segundo André Valério, economista sênior do Banco Inter, a combinação do cenário eleitoral favorável e a perspectiva de cortes na política monetária do Federal Reserve deve manter a tendência de valorização do real.

"A condenação de Bolsonaro pelo STF tornou o cenário eleitoral mais claro, fortalecendo a candidatura de Tarcísio de Freitas, que é bem-vista pelo mercado," explica. Ele também aponta que a decisão do Fed de reduzir a taxa de juros em 25 pontos-base na próxima quarta-feira, seguida por uma série de cortes, favorece a valorização do real. Por outro lado, Nicolas Borsoi, economista-chefe da Nova Futura Investimentos, destaca o impacto do leilão de linha realizado pelo Banco Central nesta sexta-feira na dinâmica do câmbio local. "A rolagem da linha teve efeito positivo, pois havia relatos de que a cotação do dólar à vista estava sob pressão. Se fosse um movimento meramente eleitoral, a bolsa e os juros futuros também mostrariam impacto," afirma Borsoi. Na manhã, o BC vendeu uma oferta de US$ 1 bilhão em um leilão de linha para renovar o vencimento de 2 de outubro, aceitando uma única proposta, com liquidação prevista para 3 de março de 2026. No cenário internacional, o índice Dólar (DXY) apresentou uma leve alta ao redor de 97,642 no fim da tarde, encerrando a semana com baixa após divulgar dados inflacionários nos Estados Unidos. As principais moedas emergentes, exceto o peso mexicano, operam em queda frente ao dólar. A expectativa é que o dólar continue a enfraquecer com o início, na próxima quarta-feira, 17, de um ciclo de cortes nas taxas de juros pelo Federal Reserve. No entanto, analistas alertam que a depreciação deve ser menos pronunciada do que até agora, uma vez que o Dollar Index já recuou 10% neste ano.