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Acidente
14/09/2025 06:00:00

Histórico de Presidentes Brasileiros Enfrentando a Justiça ao Longo dos Anos

De casos de impeachment a condenações criminais, a trajetória jurídica dos líderes do Brasil

Histórico de Presidentes Brasileiros Enfrentando a Justiça ao Longo dos Anos

Ao longo da história recente do Brasil, diversos chefes de Estado enfrentaram processos judiciais, suspeitas de corrupção ou foram alvo de ações de impeachment. No entanto, nenhum deles chegou a uma condenação tão severa quanto a de Jair Bolsonaro.

Desde a redemocratização em 1989, o Brasil testemunhou uma série de presidentes que tiveram seus mandatos marcados por conflitos com a justiça. O primeiro a chegar ao poder após o fim da ditadura militar foi Fernando Collor de Mello, que encerrou seu mandato sob suspeitas de crimes e foi o primeiro líder a sofrer um processo de destituição. Collor, eleito em 1989, conquistou a presidência ao vencer Lula da Silva na segunda rodada e destacou-se por ser o mais jovem presidente da história do país, com apenas 40 anos.

Contudo, seu período no cargo foi breve: em 1992, enfrentou um processo de impeachment motivado por denúncias de corrupção feitas pelo próprio irmão, Pedro Collor, em entrevista à revista Veja. Como consequência, foi substituído por Itamar Franco, vice-presidente na ocasião.

Hoje, Collor cumpre uma pena de prisão decorrente da Operação Lava Jato, um amplo escândalo de corrupção envolvendo políticos e empresas brasileiras. Após esgotar seus recursos legais, está atualmente no início do cumprimento de uma sentença de quase nove anos de reclusão.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, conhecido como Lula, foi eleito após três tentativas e tomou posse em 2023. Ele foi o segundo a realizar dois mandatos consecutivos no país, sendo um ex-sindicalista de destaque na política brasileira.

Durante seu mandato, Lula enfrentou diversas suspeitas ligadas à Operação Lava Jato, incluindo acusações de suborno relacionadas a um triplex no Guarujá e irregularidades envolvendo o Sítio de Atibaia. Entre 2018 e 2019, Lula foi preso, mas posteriormente as condenações foram suspensas pelo Supremo Tribunal, que considerou parcialidade na condução do processo por parte do juiz Sérgio Moro. Com seus direitos políticos restabelecidos, ele decidiu se candidatar novamente em 2022.

Outro marco na política brasileira foi Dilma Rousseff, que comandou o país de 2011 a 2016. Como a primeira mulher a assumir a presidência, foi reeleita com sucesso, mas seu mandato terminou após um processo de impeachment motivado pelas chamadas pedaladas fiscais, que consistiam em atrasos na transferência de recursos públicos para ajustar as contas públicas.

Mesmo após perder o cargo, Dilma manteve seus direitos políticos, embora nunca tenha retornado à vida pública e atualmente lidera o banco dos BRICS na cidade de Xangai.

Michel Temer, que era vice de Dilma, assumiu oficialmente a presidência em 2016 e permaneceu no cargo até 2019. Seu mandato foi marcado por denúncias de corrupção e envolvimento na Operação Lava Jato. Poucos meses após deixar o cargo, foi detido por alguns dias, porém nunca recebeu uma condenação definitiva.

Jair Bolsonaro, presidente de 2019 a 2022, foi condenado na última quinta-feira pelo Supremo Tribunal Federal a uma pena de 27 anos e três meses de prisão por cinco delitos, incluindo organização criminosa, tentativa de golpe contra o Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano ao patrimônio e violação de direitos.

Além dessa condenação, Bolsonaro enfrenta outras acusações, como suposta fraude em cartões de vacinação e a apropriação de joias provenientes da Arábia Saudita. Atualmente, ele está impedido de exercer funções públicas e não pode concorrer às próximas eleições presidenciais.

Nos últimos dias, o juiz Alexandre de Moraes afirmou que a pacificação do país depende de um processo judicial transparente, público e legal. Contudo, com a forte presença de apoiadores bolsonaristas, um movimento político ativo e o respaldo de figuras como Donald Trump, a possibilidade de uma reconciliação nacional permanece incerta, em meio a um cenário de grande divisão política.