Queda nos preços de alguns alimentos traz alívio para consumidores, mas preocupa agricultores

Nos últimos meses, os valores de itens essenciais como batata, cebola e arroz apresentaram uma significativa diminuição, proporcionando um alívio financeiro aos consumidores finais. Essa redução foi confirmada pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-15), que revelou que em agosto os preços despencaram em diversas regiões do Brasil, principalmente nas centrais de abastecimento (Ceasas). No dia 15 de agosto, os preços da batata recuaram quase 19%, a cebola caiu mais de 13%, e o tomate desvalorizou aproximadamente 8%. Além disso, houve quedas leves nos preços do arroz e da carne.

Essa redução, considerada a maior desde 2023, foi impulsionada por uma diminuição geral nos custos dos alimentos, que atingiu quase 21%.

Embora essa baixa seja bem-vinda ao bolso do consumidor, ela traz dificuldades para os agricultores. Os preços do tomate, por exemplo, têm uma volatilidade semelhante a uma montanha-russa, segundo relato de um produtor local. A agricultora Neide Xavier, que comercializa seus produtos na Ceasa do Distrito Federal, explica: “Os custos de produção são elevados, então, quando os preços caem, o impacto é quase igual ao ganho, o que complica bastante”.

Apesar da redução nos preços de alguns alimentos, outros produtos tiveram aumento durante o período, como o limão, cujo valor ao consumidor final subiu cerca de R$ 30. Atualmente, o limão é uma das mercadorias mais caras na Ceasa, ao lado do maracujá. “A volatilidade do mercado é muito intensa. Em certos momentos, o produto gera lucro, e em outros, prejuízo”, afirma a agricultora.

Para os consumidores, a orientação é aproveitar os preços mais baixos para estocar ingredientes destinados a uma alimentação mais saudável. Recomenda-se, por exemplo, preparar sopas com cebola e cenoura, ideais para os dias mais frios.