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Congresso Nacional
10/09/2025 04:00:00

Líderes do Congresso adotam postura de resistência à proposta de perdão durante julgamento importante no STF

Davi Alcolumbre e Hugo Motta demonstram resistência ao avançar de uma possível anistia aos envolvidos na tentativa de golpe de Estado, aguardando decisão final da Corte Suprema

Líderes do Congresso adotam postura de resistência à proposta de perdão durante julgamento importante no STF

Durante a fase crucial do processo judicial que envolve o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no Supremo Tribunal Federal (STF), os principais responsáveis pelo Senado e pela Câmara, respectivamente Davi Alcolumbre (União-AP) e Hugo Motta (Republicanos-PB), indicaram uma postura de contenção em relação ao projeto de concessão de anistia aos indivíduos condenados por suposta tentativa de derrubar o governo.

Embora tenham adotado tonais distintos, ambos destacaram que qualquer avanço neste sentido dependerá unicamente do parecer final do Supremo. Na Câmara, uma reunião ocorrida nesta terça-feira (9/9) resultou na decisão de adiar qualquer discussão sobre o tema por ora.

O entendimento é que a proposta será analisada na semana seguinte, com a indicação de que uma fracc?a do Centrão não apoia uma anistia ampla, irrestrita e genérica, defendida pelo Partido Liberal (PL) de Bolsonaro. Uma versão alternativa do texto, que descarte benefícios ao ex-presidente, apresenta maior potencial de aprovação. Outro indicativo de resistência foi a compreensão de que, por ora, há consenso apenas em relação à necessidade de tratar a proposta com prioridade, sem um acordo concreto sobre seu conteúdo.

Além disso, Motta avalia a possibilidade de trocar o relator do projeto, o que possivelmente levaria a uma redação mais moderada, uma “anistia leve” que não beneficiaria Bolsonaro ou qualquer outro condenado por tentativa de golpe. Davi Alcolumbre, por sua vez, comunicou a seus interlocutores que não colocará em pauta qualquer matéria enquanto houver manifestações de protesto ou pressão pública sobre o tema.

Apesar de indicar a possibilidade de elaborar uma versão mais branda de anistia, ele sinalizou que, diante do clima de conflito político, não pretende avançar com essa iniciativa neste momento. Seus apoiadores interpretam que sua hesitação reflete o temor de perder o controle da Casa, assim como acreditam que Motta já teria enfrentado dificuldades semelhantes na Câmara ao tentar promover uma proposta de perdão mais ampla.