Uma ação integrada entre as forças policiais de São Paulo e do Rio Grande do Sul, nomeada de Operação Lance Final, levou à captura de 12 indivíduos suspeitos de fazer parte de uma organização dedicada a fraudes relacionadas a leilões online fraudulentos.
O procedimento, realizado na terça-feira (9), destruiu uma estrutura criminosa que criava páginas falsas para enganar pessoas interessadas na aquisição de veículos e outros bens.
De acordo com investigações que se estenderam por mais de um ano, os criminosos criaram sites que imitavam anúncios legítimos de leilões, clonando páginas de leiloeiros oficiais. Após as vítimas efetuarem transferências financeiras, acreditando estar fechando negócios reais, as páginas desapareciam abruptamente, deixando os estelionatários sem contato. Além das prisões, foram cumpridos 16 mandados de busca e apreensão em São Paulo e Itanhaém.
Para atrair um público maior, o grupo investia em publicidade digital, promovendo links patrocinados em plataformas de busca. Assim, ao procurar por leilões, os usuários eram direcionados aos anúncios falsificados, que apresentavam uma aparência de autenticidade graças à falsificação de documentos como termos de arremate, além de contato direto via aplicativos de mensagens para reforçar a impressão de legitimidade.
A operação contou com a participação de 80 agentes civis e o apoio técnico do Laboratório de Operações Cibernéticas do Ministério da Justiça, especializado em criptomoedas. Este laboratório rastreou os fundos ocultados em carteiras digitais, identificando movimentações financeiras que auxiliaram na compreensão do funcionamento do grupo. Os investigadores consideraram essa organização uma das principais redes de fraude do país nesse segmento.
Os suspeitos poderão ser acusados por estelionato eletrônico, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro. A soma das penas máximas pode atingir 21 anos de prisão, além de multas. Os nomes e as cidades das pessoas detidas ainda não foram divulgados pelas autoridades.