A escalada da ofensiva militar israelense na Faixa de Gaza resultou na morte de mais de 50 palestinos nas últimas 24 horas. Os recentes ataques aéreos atingiram grandes edifícios na capital do território, que agora enfrenta uma ordem de evacuação direcionada à população civil.
A devastação na Cidade de Gaza inclui a demolição de arranha-céus, com o edifício Al-Susi, de 15 andares, sendo completamente arrasado por mísseis israelenses.
Essas ações ocorreram logo após os militares israelenses instruírem os civis a se deslocarem para o sul da Faixa de Gaza. O governo de Benjamin Netanyahu defende os ataques, alegando que os locais atingidos eram utilizados por membros do Hamas.
No dia anterior, o segundo edifício mais alto da Cidade de Gaza já havia sido atingido por um ataque aéreo. Essa ofensiva, que se arrasta há mais de 700 dias, transformou a paisagem da capital em uma imensa pilha de destroços.
Segundo relatos, o plano do primeiro-ministro israelense é ocupar toda a capital, onde reside cerca de um milhão de pessoas e que representa o último reduto parcialmente preservado do território.
Preocupações sobre genocídio e fome
Os mais de 700 dias de bombardeios em Gaza resultaram na perda de mais de 64 mil vidas palestinas, sendo a maioria composta por mulheres e crianças. A resposta militar de Israel ao ataque do Hamas, que ceifou a vida de 1.200 judeus em outubro de 2023, é considerada desproporcional.
Diante do deslocamento em massa da população, representantes da ONU para os direitos humanos emitiram um alerta sobre uma possível "limpeza étnica" no território.
Além dos bombardeios, a situação humanitária em Gaza é alarmante, caracterizada pela fome. Israel impõe restrições severas à entrada de ajuda humanitária, incluindo alimentos e medicamentos.
O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom, classificou a situação como um crime de guerra cometido por Israel, uma vez que a limitação da ajuda resulta em mortes por inanição.