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Acidente
02/09/2025 21:00:00

Vereador de Água Branca tem mandato cassado por corrupção eleitoral

Decisão do TRE/AL revela esquema de compra de votos e abuso de poder econômico

Vereador de Água Branca tem mandato cassado por corrupção eleitoral

Por Emanuelle Vanderlei - colaboradora / Tribuna Independente
02/09/2025 07h43

O Tribunal Regional Eleitoral de Alagoas (TRE/AL) continua a investigar casos de fraudes eleitorais que afetam municípios do estado. Na sessão de ontem, diversos assuntos relacionados a essa questão foram abordados, começando pela cassação de um vereador por compra de votos, assim como a análise de fraudes relacionadas às cotas de gênero.

No início da tarde, foi decidida, em primeira instância, a cassação do mandato de Luciano Bezerra Feitosa (PP), conhecido como "Sinhô da Conceição", vereador eleito em 2024 no município de Água Branca. A decisão do juiz Marcos Vinícius Linhares confirmou a ocorrência de compra de votos e abuso de poder econômico durante a campanha eleitoral.

De acordo com informações do TRE, as investigações revelaram a existência de um esquema organizado, que incluiu a distribuição de dinheiro, combustíveis e até consultas médicas em troca de votos, afetando mais de 300 eleitores em 16 comunidades locais.

O magistrado argumentou que o mandato foi conquistado "predominantemente por meio de vontade viciada e não pela livre manifestação democrática", comprometendo a legitimidade do pleito de 2024 em Água Branca. Assim, foi determinada a cassação do diploma de Luciano, com a anulação de todos os votos que lhe foram atribuídos. Além disso, a decisão também exigiu a retotalização dos quocientes eleitoral e partidário, mas ainda cabe recurso, portanto, a execução da decisão dependerá de confirmação pelo TRE/AL.

Na mesma sessão ordinária do TRE, outros processos relacionados à cassação por fraudes nas cotas de gênero foram discutidos. Vários advogados apresentaram sustentações orais, ressaltando a crescente relevância dessa questão, com um desembargador afirmando que "mais da metade dos municípios enfrenta demandas desse tipo".

Quanto ao caso de Igaci, 11 vereadores do União Brasil estão sob investigação, incluindo dois eleitos e sete suplentes que podem ter seus mandatos comprometidos. Durante a audiência, tanto a defesa quanto a acusação apresentaram argumentos, mas o julgamento foi suspenso após um pedido de vistas.

O mesmo ocorreu em Colônia Leopoldina, onde também foi solicitado um pedido de vistas. Questões relacionadas à fraude nas cotas de gênero foram levantadas em casos envolvendo vereadores de Dois Riachos, Porto Calvo e Porto Real do Colégio.