Um deslizamento de terra nas Montanhas Marra, na parte ocidental do Sudão, resultou na morte de pelo menos 1.000 pessoas. O incidente, que teve origem em chuvas torrenciais, foi relatado pelo Movimento de Libertação do Sudão/Exército (SLM), um grupo rebelde que exerce controle sobre a região de Darfur. O evento ocorreu no último domingo, dia 31, quando a área foi atingida por intensas precipitações.
"As informações preliminares revelam que todos os habitantes da aldeia foram mortos, totalizando mais de mil vidas perdidas, com apenas um sobrevivente", declarou o movimento, que ainda destacou que a comunidade foi "totalmente reduzida a escombros".
Diante da magnitude da tragédia, o grupo solicitou ajuda da Organização das Nações Unidas (ONU) e de outras agências internacionais para auxiliar no resgate dos corpos. O governador de Darfur, Minni Minnawi, também se pronunciou, descrevendo o deslizamento como uma "tragédia humanitária que transcende fronteiras".
"Pedimos com urgência que as organizações humanitárias internacionais intervenham e ofereçam apoio e assistência neste momento crítico, pois a calamidade é além do que nosso povo pode suportar sozinho", afirmou o governador em um comunicado oficial.
As Montanhas Marra têm sido um refúgio para centenas de habitantes de Darfur do Norte, fugindo do conflito entre as Forças Armadas Sudanesa (SAF) e o grupo paramilitar Forças de Apoio Rápido (RSF). Desde 2023, esses grupos têm se enfrentado pelo controle do país, especialmente na cidade de El Fashe, que é a capital do estado.
O SLM e outros grupos prometeram colaborar com as forças militares sudanesas na luta contra as RSF. A persistência dos conflitos tem causado uma crise humanitária severa no Sudão, resultando em inúmeras mortes e levando a população à fome. Aproximadamente 12 milhões de pessoas estão deslocadas, enquanto 3,8 milhões buscaram abrigo em países vizinhos para escapar da violência.