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Polícia
01/09/2025 08:00:00

Novo ataque hacker a empresa que opera Pix desvia R$ 420 milhões

Novo ataque hacker a empresa que opera Pix desvia R$ 420 milhões

Um ataque cibernético contra a Sinqia, empresa brasileira responsável por conectar instituições financeiras ao sistema de pagamentos instantâneos do Banco Central, resultou no desvio de aproximadamente R$ 420 milhões na sexta-feira (29). De acordo com informações do BC, cerca de R$ 380 milhões foram retirados do HSBC e outros R$ 40 milhões da instituição Artta.

Apesar da gravidade, a estrutura central do Pix não foi atingida e segue em funcionamento. A invasão explorou falhas nos servidores da Sinqia, que atuam como intermediários de comunicação com o Banco Central. Após detectar a movimentação suspeita, o BC suspendeu imediatamente a conexão da empresa com a rede financeira, evitando que o ataque se propagasse para outros bancos.

A ofensiva foi parcialmente contida, com bloqueio de R$ 350 milhões. A Polícia Federal abriu investigação e o BC trabalha para recuperar o montante ainda não rastreado.

O HSBC, maior prejudicado, afirmou que as movimentações ocorreram apenas no sistema do provedor, sem impacto direto em contas de clientes. Já a Artta informou que as contas afetadas são vinculadas ao Banco Central e usadas exclusivamente para liquidações interbancárias.

A Sinqia confirmou o incidente e anunciou a contratação de especialistas forenses para identificar a origem da invasão. A empresa destacou que apenas um número restrito de instituições foi afetado e que não há indícios de vazamento de dados pessoais. Segundo a companhia, os sistemas estão sendo reconstruídos em um novo ambiente, com monitoramento reforçado e camadas adicionais de segurança.

Esse episódio ocorre pouco depois de outro ataque de grandes proporções, em julho, quando hackers desviaram quase R$ 1 bilhão explorando falhas da C&M Software, também fornecedora de serviços tecnológicos para o Pix. Até agora, não há indícios de ligação entre os dois casos.

O ataque aconteceu um dia após o Banco Central anunciar mudanças nas regras do Pix para ampliar mecanismos de devolução em fraudes. As novas normas passam a valer de forma opcional em novembro e se tornam obrigatórias em fevereiro. Segundo o BC, o objetivo é facilitar o rastreamento de recursos desviados e aumentar as chances de recuperação.

A Sinqia e a Artta divulgaram notas oficiais garantindo que clientes não foram afetados e reforçando o compromisso com a segurança das operações.