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Acidente
31/08/2025 18:00:00

Ucrânia libera saída temporária de jovens homens do país

Ucrânia libera saída temporária de jovens homens do país

A Ucrânia decidiu flexibilizar as regras de saída de homens jovens em idade militar. Desde a última quinta-feira (28), cidadãos de até 22 anos podem atravessar a fronteira sem impedimentos. A medida, anunciada pelo presidente Volodimir Zelenski no início de agosto, foi confirmada pela primeira-ministra Yulia Svyrydenko, que afirmou que o objetivo é manter os jovens conectados ao país.

Desde o início da invasão russa em fevereiro de 2022, homens entre 18 e 60 anos estavam proibidos de deixar a Ucrânia, devido à necessidade de mobilização. No entanto, na prática, jovens de 18 a 22 anos não eram convocados. Nos primeiros anos do conflito, apenas homens a partir de 27 anos foram chamados ao Exército; desde abril de 2024, a idade mínima caiu para 25 anos.

Segundo o ministro do Interior, Ihor Klymenko, a liberação tem como propósito oferecer oportunidades de estudo, trabalho e estágios legais fora do país, para que os jovens adquiram experiência e a utilizem futuramente na reconstrução nacional. A regra vale até que completem 23 anos. Uma exceção permanece para quem ocupa cargos públicos, que só pode sair em viagens a trabalho.

O parlamentar Fedir Venislavsky, aliado de Zelenski e membro da Comissão de Segurança Nacional, destacou que a decisão busca evitar a perda de uma geração. Ele afirmou que jovens que estudam no exterior têm receio de voltar, temendo não poder sair novamente caso o recrutamento avance para idades mais baixas.

Apesar da justificativa do governo, o sociólogo Oleksandr Hladun avalia que a medida pode intensificar a saída definitiva de jovens. Segundo ele, o país já enfrenta dificuldades de reposição demográfica e de falta de soldados, o que torna a flexibilização contraditória.

Pesquisas recentes do instituto Rating indicam que cerca de 10% dos ucranianos desejam viver permanentemente fora do país. Entre os jovens de 18 a 29 anos, o índice chega a 20%, o que representa um em cada cinco. O pesquisador Oleksiy Antypovych, no entanto, minimiza o impacto, afirmando que a maioria dos pais que pretendiam enviar filhos ao exterior já o fez durante os primeiros anos de guerra, e que a mudança não deve alterar de forma crítica a situação demográfica.