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Trabalho
28/08/2025 08:00:00

Em julho, número de novas vagas com carteira assinada encolhe 20%

Em julho, número de novas vagas com carteira assinada encolhe 20%

O Brasil registrou em julho a criação de 129.775 postos de trabalho com carteira assinada, segundo dados do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). O número representa queda de 20% em relação a junho, quando foram abertas 162.388 vagas formais. O resultado, abaixo das estimativas do mercado — que esperava entre 130 mil e 138 mil novos postos —, confirma a desaceleração no ritmo de geração de empregos.

O saldo foi obtido a partir de 2.251.440 admissões e 2.121.665 desligamentos, conforme o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Apesar da desaceleração, o estoque de trabalhadores com carteira assinada atingiu 48,5 milhões em julho, novo recorde. No acumulado do ano, até julho, o país criou 1.347.807 vagas formais, número 10,3% menor que o registrado no mesmo período de 2023.

O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, reconheceu que o ritmo de geração de empregos vem caindo desde abril, quando o saldo foi de 237.699 postos. Ele atribuiu a perda de fôlego principalmente à política de juros altos mantida pelo Banco Central, que sinalizou manter a Selic em 15% ao ano por um período prolongado. “Os juros elevados são o maior problema, mais grave até do que o tarifaço imposto pelos Estados Unidos”, afirmou.

O ministro disse ainda que o governo trabalha para abrir novos mercados e que o BNDES já dispõe de uma linha de crédito de R$ 30 bilhões para setores afetados pelas tarifas norte-americanas. Segundo ele, no pior cenário, o impacto das medidas dos EUA poderia atingir entre 320 mil e 330 mil empregos diretos e indiretos.

Dados regionais

Em julho, 25 das 27 unidades da federação tiveram saldo positivo na criação de vagas. São Paulo liderou, com 42.798 novos postos, seguido por Mato Grosso (9.540) e Bahia (9.436). Apenas Espírito Santo e Tocantins registraram fechamento de vagas no mês.

No acumulado de 2024, apenas Alagoas apresenta saldo negativo (-1,22%). São Paulo continua à frente em números absolutos, com 390.619 vagas criadas (+2,73%), seguido por Minas Gerais (152.005) e Paraná (102.309).

Setores da economia

O setor de serviços foi o principal responsável pela geração de empregos no país em 2024, somando 688.511 vagas (+2,99%). Destaque para as áreas de informação, comunicação, atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas, que abriram 265.093 postos. Já as áreas de administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde e serviços sociais responderam por outras 240.070 vagas.