Em julho, Maceió registrou um aumento de 2% no preço da cesta básica, conforme revelou a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos, divulgada nesta quarta-feira (20) pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) em colaboração com a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento).
Após esse reajuste, o valor médio da cesta básica na capital alagoana alcançou R$ 621,74, posicionando-se como a segunda mais acessível do Brasil, superada apenas por Aracaju, onde o custo é de R$ 568,52. Entretanto, esta elevação é motivo de preocupação, especialmente para famílias que já destinam uma parte significativa de sua renda a itens indispensáveis.
Alta acompanha tendência no Nordeste
Maceió não foi a única cidade a registrar aumento; a região Nordeste apresentou algumas das mais significativas elevações entre as 27 capitais analisadas:
- Recife (2,8%)
- Maceió e Aracaju (2%)
- João Pessoa e Salvador (1,8%)
- Natal (1,4%)
- São Luís (1,4%)
Enquanto isso, cidades do Sul e Sudeste, como Florianópolis (-2,6%), Curitiba (-2,4%) e Rio de Janeiro (-2,3%), observaram uma queda nos preços da cesta.
O maior custo foi identificado em São Paulo, onde a cesta alcançou R$ 865,90 em julho.
Impacto no orçamento das famílias
A pesquisa também indica que um trabalhador que recebe o salário mínimo compromete, em média, 50,9% de sua renda líquida para a aquisição de alimentos básicos, apresentando um leve alívio em comparação a junho, quando o comprometimento era de 51,1%.
Principais itens que impulsionaram o aumento em Maceió
- Feijão carioca: aumento de 0,4% em Maceió, apesar da queda em 24 capitais.
- Carne bovina de primeira: leve variação, mas ainda impactando o orçamento familiar.
- Arroz e café em pó: pequenas quedas em várias cidades, mas sem um efeito significativo no preço final da cesta em Alagoas.
Contexto nacional influencia preços
Conforme indicado pelo Dieese, diversos fatores, como a demanda internacional por carne bovina, a instabilidade nas cotações do café e as condições de colheita no Brasil, continuam a afetar os preços. Por exemplo, no caso do café, mesmo com estoques baixos no mercado global, a expectativa de uma safra maior e as tarifas americanas sobre produtos brasileiros têm pressionado os valores no país.
Alerta para a realidade local
Apesar de os preços em Maceió serem considerados entre os mais baixos do Brasil, o aumento nos custos dos alimentos é alarmante. Em Alagoas, onde muitas famílias vivem com rendas próximas ao salário mínimo, qualquer incremento pode desestabilizar o equilíbrio financeiro dos lares. O Dieese ressalta que o salário mínimo ideal, capaz de cobrir despesas com alimentação, moradia, saúde, educação e outros itens, deveria ser de R$ 7.274,43 — 4,79 vezes o valor atual de R$ 1.518.