Na última terça-feira, 19 de agosto, os Estados Unidos mobilizaram três embarcações militares para se aproximar da costa da Venezuela, justificando essa manobra como uma ação para combater o "narcotráfico operado por cartéis da América Latina em águas internacionais".
Segundo a porta-voz da Casa Branca, o governo de Nicolás Maduro é considerado ilegítimo pelos EUA - (crédito: Marinha dos EUA pelo Especialista em Comunicação de Massa de 2ª Classe, Eric Tretter).
Conforme reportado pela CNN, os destróieres de mísseis guiados, designados como U.S Aegis, devem alcançar a área na noite de quarta-feira, 20. Quando questionada sobre a possibilidade de uma invasão com tropas americanas, a Casa Branca declarou que todas as opções estão sendo avaliadas.
Karoline Leavitt, representante do governo, ressaltou: “O presidente Trump tem sido claro e consistente: ele está disposto a empregar todos os recursos disponíveis dos EUA para conter o fluxo de drogas em nosso país e responsabilizar os infratores”. A porta-voz reafirmou que os EUA não reconhecem a legitimidade do governo de Maduro.
Ainda de acordo com a CNN, cerca de 4 mil fuzileiros navais e marinheiros estão envolvidos nas operações do presidente Trump no sul do Caribe. As forças militares na região também incluem aeronaves de reconhecimento, embarcações de combate e pelo menos um submarino de ataque.
Pressão sobre a América Latina
Donald Trump tem classificado os grupos de narcotráfico como organizações terroristas nos últimos meses, o que permitiria que ações de combate a esses grupos fossem tratadas como questões de "segurança nacional" e executadas com a presença militar. Em fevereiro, entidades como o Cartel de Sinaloa, do México, e o Tren de Aragua, da Venezuela, foram rotuladas como organizações terroristas globais.
No mês passado, os EUA também aumentaram a recompensa pela captura de Maduro para US$ 50 milhões, valor que supera a recompensa oferecida pelo governo americano por Osama Bin Laden após os ataques de 11 de setembro.
No Brasil, governadores, como Tarcísio de Freitas (Republicanos), expressaram apoio à pressão dos EUA para classificar o PCC como um grupo terrorista. Na fronteira do México, a presença de tropas militares americanas tem sido comum desde o início da presidência de Trump.
Marco Rubio, Secretário de Estado dos EUA, afirmou que não se pode permitir que organizações narcotraficantes "atuem impunemente em águas internacionais", associando o Cartel de Soles ao governo venezuelano. Ele declarou: "Eles são uma organização criminosa que tomou o controle do território nacional de um país e que, aliás, ameaça as empresas petrolíferas americanas que operam legalmente na Guiana".
Reação do governo de Maduro
Nicolás Maduro, em um discurso realizado na última segunda-feira, 18, declarou que a Venezuela "defenderá nossos mares, céus e terras". Embora não tenha mencionado diretamente os navios dos EUA, Maduro qualificou as recentes ações da administração Trump como "uma ameaça bizarra e absurda de um império em decadência".
O presidente venezuelano também anunciou um plano especial que mobilizará mais de 4,5 milhões de milicianos para garantir a segurança de todo o território nacional. A Venezuela continua a cultivar relações com aliados estratégicos como Rússia, China e Irã, na tentativa de se proteger contra as ações do governo Trump.