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Mundo
19/08/2025 00:00:00

Maduro convoca quatro milhões de milicianos em resposta a envio de navios de guerra dos EUA

Maduro convoca quatro milhões de milicianos em resposta a envio de navios de guerra dos EUA

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou nesta terça-feira a mobilização de quatro milhões de integrantes da Milícia Nacional, braço das Forças Armadas Nacionais Bolivarianas, em todo o território do país. A medida ocorre após o envio de três contratorpedeiros, aeronaves e submarinos norte-americanos para a costa venezuelana, sob ordem de Donald Trump, dentro de uma ofensiva contra cartéis de drogas na América Latina. Washington acusa Maduro de chefiar o chamado Cartel dos Sóis e elevou para 50 milhões de dólares a recompensa por sua captura.

Durante um encontro transmitido pela televisão com dirigentes do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), em Caracas, Maduro declarou: “Milícias preparadas, ativadas e armadas”. Ele também prometeu a criação de milícias camponesas e operárias, com batalhões organizados em fábricas e locais de trabalho. Em meio a aplausos, disse: “Fuzis e mísseis para a força camponesa, para defender a soberania da Venezuela. Mísseis e fuzis para a classe trabalhadora, para proteger nossa pátria”.

O anúncio foi feito dias depois de Trump autorizar o Pentágono a usar as Forças Armadas em ações contra cartéis de drogas estrangeiros, incluindo operações militares diretas em territórios fora dos Estados Unidos e em águas internacionais. Essa decisão alimentou rumores, difundidos por setores da oposição venezuelana, sobre uma possível mobilização militar americana próxima ao litoral do país.

A movimentação dos navios reacendeu o discurso nacionalista bolivariano. A Milícia Nacional Bolivariana foi criada por Hugo Chávez em 2007, dentro de sua reforma militar, e ganhou maior peso durante o governo Maduro, com apoio do ministro da Defesa, general Vladimir Padrino López. O grupo, formado sob princípios de lealdade à pátria, a Simón Bolívar e a Chávez, se consolidou como símbolo da união cívico-militar defendida pelo chavismo.

Inspirada na doutrina da guerra assimétrica, a milícia sempre foi apresentada como resposta a possíveis agressões externas e a eventuais “inimigos internos” que buscassem derrubar o governo.

O ministro do Interior e Justiça, Diosdado Cabello, também afirmou que as forças revolucionárias estão em alerta máximo e prontas para atuar no mar do Caribe. Ele e outros dirigentes rejeitaram as acusações de envolvimento da Venezuela com o tráfico, acusando a DEA, agência antidrogas dos EUA, de ser “o único cartel que atua de forma aberta”. Padrino López completou dizendo que os norte-americanos “se incomodam porque derrotamos o narcotráfico e acabamos com as quadrilhas criminosas no país”.

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