O consumo indiscriminado de suplementos vitamínicos pode ter consequências adversas para a saúde. A ingestão de vitaminas e minerais em quantidades superiores às necessárias pode resultar em hipervitaminose e outras complicações metabólicas.
Quando ocorre a hipervitaminose, o organismo acumula níveis excessivos de certas vitaminas, especialmente as lipossolúveis, como A, D, E e K, que não são facilmente eliminadas pelo corpo.
Quais são os perigos da hipervitaminose?
“Entre os riscos estão danos a órgãos como fígado e rins, além de reações adversas, que incluem distúrbios gastrointestinais e problemas neurológicos. Por exemplo, a hipervitaminose A pode causar hepatotoxicidade e aumento da pressão intracraniana”, esclarece Gabriela Amaral, nutricionista especializada em esportes.
Dentre as vitaminas frequentemente consumidas sem supervisão, destacam-se a vitamina C, que é utilizada para fortalecer a imunidade, e as do complexo B, que são comumente associadas à melhora do metabolismo e da disposição. A vitamina D também é bastante utilizada de forma autônoma, devido à sua conexão com a saúde óssea e imunológica.
Os perigos associados à hipervitaminose variam conforme a substância em excesso. O acúmulo de vitamina A pode provocar tonturas, ressecamento da pele e danos hepáticos. Por outro lado, o excesso de vitamina D pode resultar em hipercalcemia, o que acarreta riscos para os rins e o coração. Já a vitamina E, em quantidades elevadas, pode aumentar a probabilidade de hemorragias.
Os primeiros indícios de uma excessiva ingestão de vitaminas incluem fadiga, náuseas, irritabilidade e problemas digestivos.
“Caso se suspeite de intoxicação por vitaminas, o primeiro passo deve ser interromper imediatamente a suplementação e consultar um médico para uma avaliação. Dependendo da gravidade da situação, pode ser necessária hidratação e ajustes na dieta para auxiliar o corpo na eliminação do excesso. Em casos mais críticos, o uso de medicamentos específicos pode ser requerido”, orienta Thais Mussi, endocrinologista e nutróloga.
É possível desenvolver hipervitaminose apenas com a alimentação?
É incomum que a hipervitaminose ocorra apenas por meio da alimentação, já que o corpo humano possui mecanismos para regular a absorção e a eliminação dos nutrientes provenientes dos alimentos. No entanto, o consumo excessivo de fígado ou óleos ricos em vitamina A, por exemplo, pode representar um risco de intoxicação.
Os especialistas aconselham que a suplementação vitamínica seja realizada somente com a orientação de um médico ou nutricionista, com base em exames que revelem deficiências específicas.
Para a maioria das pessoas, uma dieta equilibrada é suficiente para atender às necessidades diárias de vitaminas e minerais.
“Outro problema é que algumas vitaminas, quando ingeridas em excesso, podem prejudicar a absorção de outros nutrientes, criando desequilíbrios. A automedicação também pode resultar em gastos desnecessários, uma vez que muitas pessoas acreditam que mais vitaminas equivalem a mais saúde, quando, na verdade, o equilíbrio é o que realmente importa”, conclui Mussi.