O empate em 2 a 2 entre CSA e Ituano, realizado na noite de sábado (16) no Estádio Rei Pelé, em Maceió, transcendeu a mera frustração esportiva e se tornou o foco de uma polêmica significativa. Enquanto lutava pela classificação na Série C do Campeonato Brasileiro, o Azulão presenciou um aumento da tensão tanto dentro quanto fora do campo, culminando em episódios de violência nos últimos instantes da partida.Além dos tumultos, o clube e seus torcedores manifestaram descontentamento em relação à atuação do árbitro Maguielson Lima Barbosa, do Distrito Federal, que invalidou dois gols, um em cada tempo, por suposto impedimento.Conforme informações divulgadas pela Secretaria de Segurança Pública, um torcedor foi detido por desacato e resistência ao sair do túnel do CSA. A Polícia Militar relatou que o indivíduo estava lançando objetos em direção ao campo e ao Pelotão de Choque, incitando outros a fazer o mesmo. Ao ser solicitado que desobstruísse a área, ele passou a agredir os policiais com socos e empurrões, resultando em ferimentos em alguns agentes, todos atendidos no próprio estádio. O autor foi levado à Central de Flagrantes.
Testemunhos, gravações compartilhadas nas redes sociais e a transmissão do jogo indicam que a Polícia Militar também lançou bombas em direção à torcida, bloqueando a saída principal do estádio. As imagens capturadas mostraram torcedores sendo agredidos, o que gerou ainda mais indignação e levou o CSA, sua presidente Mirian Monte e o grupo de torcedores Autistas Azulinos a divulgarem notas oficiais.
Em sua declaração, o clube considerou os torcedores como "seu maior patrimônio" e demandou uma investigação rigorosa dos fatos. A diretoria enfatizou que o futebol deve ser um espetáculo de entretenimento e condenou as agressões, cobrando a identificação dos culpados pelos excessos e a proteção daqueles que não estavam envolvidos nos conflitos.
A presidente do CSA fez um apelo por calma e assegurou que ações administrativas e jurídicas seriam tomadas tanto em relação à arbitragem, que, segundo ela, gerou uma sensação de injustiça e contribuiu para o clima tenso, quanto a possíveis abusos das forças de segurança.
O grupo de torcedores expressou que a partida, que deveria ser um momento de diversão, se transformou em uma "cena de horrores" para crianças e jovens autistas devido ao barulho das bombas. A nota mencionou que ocorreram crises de ansiedade e episódios de autoagressão entre alguns, questionando a necessidade das ações policiais.
Neste contexto conturbado, o CSA se prepara para a semifinal da Copa do Nordeste, onde enfrentará o Confiança na próxima quarta-feira (20), às 21h30. A partida será em jogo único e, em caso de empate, a decisão será feita através de cobranças de pênaltis.