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Acidente
16/08/2025 02:00:00

EUA cancelam vistos da esposa e da filha do ministro Alexandre Padilha

EUA cancelam vistos da esposa e da filha do ministro Alexandre Padilha

Agência Brasil

O governo dos Estados Unidos revogou nesta sexta-feira os vistos da esposa e da filha de 10 anos do ministro da Saúde, Alexandre Padilha. O próprio ministro está com o visto vencido desde 2024, o que impede seu cancelamento.

A medida ocorre na mesma semana em que o Departamento de Estado americano anulou vistos de outros brasileiros ligados à implementação do programa Mais Médicos. Entre eles estão Mozart Julio Tabosa Sales, secretário de Atenção Especializada à Saúde, e Alberto Kleiman, ex-assessor de Relações Internacionais do Ministério da Saúde e atual coordenador-geral para a COP30.

Em nota, o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, afirmou que os servidores contribuíram para um “esquema de exportação de trabalho forçado do regime cubano” por meio do Mais Médicos. Padilha comandava a pasta em 2013, quando o programa foi criado no governo Dilma Rousseff, para atender regiões com carência de médicos. Entre 2013 e 2018, profissionais cubanos participaram do projeto por meio de cooperação com a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas).

Após o anúncio das sanções, Padilha defendeu a iniciativa, afirmando que ela “sobreviverá aos ataques injustificáveis de quem quer que seja”.

Os Estados Unidos mantêm há mais de seis décadas um bloqueio econômico contra Cuba, buscando pressionar mudanças no regime político instalado após a Revolução de 1959. A exportação de médicos é uma das principais fontes de receita do país caribenho, e desde o início de seu segundo mandato, Donald Trump vem tentando restringir a atuação internacional desses profissionais.

Segundo o Ministério da Saúde cubano, desde os anos 1960, cerca de 605 mil médicos do país já atuaram em 165 nações, incluindo Portugal, Ucrânia, Rússia, Espanha, Argélia e Chile. No Brasil, o Mais Médicos foi substituído durante o governo Jair Bolsonaro pelo Médicos pelo Brasil, que encerrou o acordo com a Opas. Em 2023, o programa foi retomado e ampliado pelo governo Lula, novamente com o nome original, priorizando profissionais brasileiros e abrindo espaço para outras áreas da saúde, como odontologia, enfermagem e assistência social.