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Educação
14/08/2025 19:00:00

Escolas particulares de Alagoas preparam reajuste de mensalidades para 2026

Escolas particulares de Alagoas preparam reajuste de mensalidades para 2026

Mesmo com o segundo semestre letivo de 2025 recém-iniciado, escolas particulares de Alagoas já começaram a informar aos responsáveis sobre os valores e condições para matrícula no ano letivo de 2026. Algumas unidades estão solicitando o pagamento integral ou de pelo menos metade do valor da matrícula para garantir a vaga.

Em contato com seis das principais escolas da capital, duas já definiram aumento de 10% nas mensalidades, enquanto as demais devem anunciar os índices entre setembro e novembro. O Sindicato das Escolas Particulares de Alagoas reforçou que cada instituição define o próprio reajuste. Atualmente, o estado conta com cerca de 600 escolas particulares, quase metade delas em Maceió.

Para ilustrar o impacto, a mensalidade do 9º ano do ensino fundamental, que em 2025 custa R$ 1.430, passará para R$ 1.573 em 2026. Algumas escolas oferecem condições especiais para quem se matricular até o fim de agosto ou outubro, como parcelamento em até cinco vezes ou manutenção do valor vigente.

O economista Fábio Leão afirmou que o reajuste previsto de 8% a 10%, segundo levantamento do Grupo Rabbit com 680 escolas do país, é mais que o dobro da inflação estimada para 2025, que deve ficar entre 4,3% e 4,5%. Ele apontou que fatores conjunturais, como inflação acumulada, juros ainda elevados e necessidade de recomposição pós-pandemia, além de questões estruturais como aumento salarial de professores, investimentos em tecnologia e manutenção de infraestrutura, explicam o índice.

Leão destacou que, para as escolas, esse percentual ajuda a equilibrar receitas e despesas, especialmente para as que investiram em melhorias e ainda se recuperam financeiramente. Já para as famílias, o impacto pode ser significativo, principalmente em regiões com menor poder aquisitivo, como o Nordeste.

A recomendação do economista é que as escolas apresentem de forma transparente os motivos dos reajustes e ofereçam alternativas como descontos por antecipação, bolsas e parcelamentos. Para Alagoas, ele ressalta que aumentos acima de 10% seriam incompatíveis com a realidade econômica do estado, cuja renda média é baixa e o endividamento é alto. Segundo a pesquisa do Grupo Rabbit, a previsão média de reajuste no Nordeste é de 9%, alinhada à média nacional.