O secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, declarou críticas ao programa Mais Médicos e informou que o governo americano revogou vistos de servidores brasileiros que tiveram envolvimento com a iniciativa.
Em mensagem publicada no X, antigo Twitter, Rubio classificou o programa como um golpe diplomático inaceitável de “missões médicas” estrangeiras. Ele destacou que o Departamento de Estado está tomando medidas para revogar vistos e impor restrições a diversos funcionários do governo brasileiro e ex-membros da OPAS envolvidos no que chamou de esquema de exportação de trabalho forçado do regime cubano.
O governo americano confirmou a revogação dos vistos de Mozart Julio Tabosa Sales e Alberto Kleiman, que atuavam no Ministério da Saúde durante o Mais Médicos. Segundo a nota, a ação visa responsabilizar quem participou do programa que, segundo os Estados Unidos, explorava médicos cubanos por meio de trabalho forçado.
De acordo com o governo Trump, esses funcionários colaboraram com o regime cubano, utilizando a OPAS como intermediária para implementar o programa sem cumprir requisitos constitucionais brasileiros, contornando sanções americanas a Cuba e repassando ao governo cubano valores devidos aos médicos. Relatos de dezenas de profissionais cubanos indicam que eles foram submetidos a exploração durante sua atuação no Brasil.
O programa Mais Médicos foi criado em 2013 pela então presidente Dilma Rousseff para atender à carência de médicos em municípios do interior e em periferias. Em 2019, o presidente Jair Bolsonaro substituiu a iniciativa pelo programa Médicos pelo Brasil.
Em outra medida, em julho, Marco Rubio determinou a revogação do visto americano do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, de aliados no tribunal e de seus familiares próximos.