Na última quinta-feira, a Universidade Federal de Alagoas realizou o lançamento oficial do Núcleo de Telessaúde de Alagoas, iniciativa que marca um avanço significativo na saúde digital do estado. O evento ocorreu na Sala dos Conselhos Superiores, na Reitoria do Campus A. C. Simões, e contou com a presença de autoridades acadêmicas, representantes do Ministério da Saúde e gestores da área.
Durante a cerimônia, foi assinada a adesão de oito municípios que farão parte da primeira fase do projeto: Atalaia, Branquinha, Colônia Leopoldina, Penedo, Porto Calvo, Rio Largo, São Luís do Quitunde e União dos Palmares. A escolha levou em conta critérios como maturidade digital, indicadores de saúde e posição estratégica.
O projeto é desenvolvido pelo Centro de Pesquisa em Engenharia e Sistemas (Easy), do Instituto de Computação da Ufal, e financiado integralmente pelo Ministério da Saúde. Vinculado ao programa Agora Tem Especialistas e ao SUS Digital, o investimento de R$ 4,6 milhões permitirá, ao longo de três anos, a realização de mais de três mil atendimentos especializados em seis modalidades de telessaúde: teletriagem, teleorientação, teleinterconsulta, teleconsultoria, telemonitoramento e tele-educação. O foco será o acompanhamento de gestações de alto risco, visando a redução da mortalidade materna, fetal, neonatal e infantil em Alagoas.
A secretária de Informação e Saúde Digital do Ministério da Saúde, Ana Estela Haddad, ressaltou que a iniciativa não apenas amplia o acesso a serviços especializados, mas também estimula a produção científica baseada nos dados obtidos durante sua execução. Ela afirmou que o projeto consolida a posição de Alagoas no cenário nacional da telessaúde e promove inovação, inclusão e cuidado integral à saúde das mulheres.
A Ufal será responsável pela coordenação científica e técnica do núcleo, reunindo pesquisadores, docentes e profissionais de saúde para transformar o conhecimento acadêmico em políticas públicas eficazes. O professor e médico José Antônio Martins, da Faculdade de Medicina e especialista em gestação de alto risco, destacou que a proposta é qualificar os profissionais envolvidos no pré-natal, detectar riscos precocemente, prevenir complicações, reduzir custos e salvar vidas.
Entre os diferenciais, está a utilização de ferramentas de inteligência artificial, como o GestAR, criado especialmente para o núcleo, que permitirá identificar gestações com risco elevado. O sistema será integrado à Rede Nacional de Dados em Saúde e ao e-SUS, em conformidade com as diretrizes do Ministério da Saúde e com os compromissos da Agenda 2030 da ONU.
O reitor Josealdo Tonholo enfatizou que a iniciativa reforça o papel da universidade como vetor de desenvolvimento para o estado, colocando ciência, tecnologia e inovação a serviço da população. Após a assinatura dos termos, os participantes acompanharam uma apresentação sobre as ações do Easy e o funcionamento do SUS Digital.