À medida que o governo de Israel se prepara para ampliar sua campanha militar na Faixa de Gaza, pesquisas recentes indicam um aumento da rejeição popular à continuidade do conflito, com grande parte da população defendendo a busca por um acordo com o Hamas para o fim da guerra.
No último fim de semana, Israel registrou manifestações expressivas contra a expansão da ofensiva, reunindo dezenas de milhares de pessoas. O Hamas mantém cerca de 50 reféns israelenses na Faixa de Gaza, dos quais apenas 20 estariam vivos, segundo estimativas israelenses. Familiares desses reféns pedem um cessar-fogo, temendo que a ocupação planejada da Cidade de Gaza coloque em risco as vidas dos sequestrados.
Pesquisas apontam que o apoio a negociações para libertação dos reféns, mesmo que isso implique na interrupção dos combates, cresceu significativamente desde o início da guerra, passando de 17% para mais de 50% da população em um ano. Em julho, 74% dos israelenses demonstravam desejo por um acordo com o Hamas.
Por outro lado, a maioria dos israelenses judeus não demonstra grande incômodo com o sofrimento da população palestina em Gaza, enquanto a população árabe em Israel apresenta maior sensibilidade à situação humanitária no enclave.
Mais da metade dos israelenses entrevistados indicam que o principal motivo para encerrar o conflito é a libertação dos reféns, com apenas uma pequena parcela defendendo o fim da guerra por motivos humanitários ou pela busca da paz.
Especialistas destacam que posições anteriormente consideradas extremas, como a ideia da expulsão total dos palestinos de Gaza, ganharam mais espaço e aceitação pública, impulsionadas pelo enfraquecimento das perspectivas de paz e pelo fortalecimento político dos setores sionistas religiosos.
Pesquisas recentes indicam que apenas 21% dos israelenses acreditam na possibilidade de coexistência pacífica entre Israel e um Estado palestino, a menor proporção desde 2013.
Apesar desse cenário, vozes pacifistas continuam ativas em Israel, com movimentos que reúnem israelenses e palestinos pedindo cessar-fogo e fim da violência. Protestos recentes, inclusive, foram interrompidos à força em emissoras de televisão. Escritores e ativistas defendem uma abordagem humanitária e racional, criticando a cobertura midiática dominante sobre o conflito.
Mais de 75% dos israelenses afirmam ter visto imagens mostrando a destruição em Gaza, refletindo a atenção pública para os impactos da guerra, mesmo diante das divisões sobre suas causas e soluções.