O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta terça-feira (12) a prorrogação, por mais 90 dias, da trégua comercial com a China, evitando o aumento de tarifas sobre produtos chineses que estava previsto para entrar em vigor ainda hoje. Com a extensão, as medidas só poderão ser aplicadas a partir de 10 de novembro.
O acordo inicial, firmado em maio, reduziu as tarifas norte-americanas sobre importações chinesas para 30% e as taxas chinesas sobre produtos americanos para 10%, além de retomar a exportação de ímãs de terras raras por Pequim. Caso não houvesse a prorrogação, as tarifas dos EUA sobre bens chineses subiriam para pelo menos 54%, o que poderia reacender a guerra comercial e provocar instabilidade nos mercados globais.
Segundo Trump, todos os demais termos do acordo permanecem inalterados. A China também confirmou a extensão do prazo. A decisão foi tomada após dois dias de reuniões em Estocolmo, em julho, envolvendo o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, e o vice-primeiro-ministro chinês, He Lifeng.
A prorrogação busca dar mais tempo para a resolução de temas pendentes, como as tarifas relacionadas ao fentanil impostas por Washington, a compra de petróleo russo e iraniano pela China e questões sobre a atuação de empresas norte-americanas no território chinês. Trump também sinalizou a possibilidade de visitar a China e se reunir com o presidente Xi Jinping no final de outubro.
A trégua ocorre em meio a tensões sobre o fornecimento de terras raras e a venda de chips de inteligência artificial. Recentemente, os EUA autorizaram a exportação de determinados semicondutores para a China, enquanto o governo chinês começou a liberar gradualmente o envio de ímãs para o mercado norte-americano. Em junho, as exportações chinesas para os EUA chegaram a 353 toneladas, número ainda inferior ao registrado antes das restrições impostas por Pequim em abril.
Apesar da postura de diálogo, especialistas em segurança nacional criticam o que consideram uma abordagem branda de Trump diante do maior rival geopolítico dos Estados Unidos. O presidente, por sua vez, afirma que as negociações estão avançando e que o país está “lidando muito bem com a China”.