Um levantamento divulgado nesta segunda-feira, 11, pelo jornal O Globo, aponta que Pernambuco é o segundo estado do país com maior número de grupos criminosos em atividade, somando 12 facções. No total, foram identificadas 64 facções espalhadas pelas 27 unidades da federação.
Entre elas estão as duas maiores do Brasil — o Comando Vermelho (CV), originário do Rio de Janeiro, e o Primeiro Comando da Capital (PCC), de São Paulo — que operam em território pernambucano. Além dessas, o estado conta com dez organizações locais: Bonde da Nike, Bonde da União, Bonde dos Cachorros, Bonde dos Loucos, Comando Litoral Norte (CLN), Comando Litoral Sul (CLS), Gêmeos de Gaibu, Haja Paz nos Quatro Cantos (HP4), Primeiro Comando de Ipojuca e Trem Bala. As informações têm como base investigações de secretarias estaduais, órgãos penitenciários e Ministérios Públicos.
A facção Trem Bala surgiu em Ipojuca, no Litoral Sul, controlando o tráfico de drogas em Porto de Galinhas. Investigações recentes indicam que o grupo se dividiu, dando origem ao CLN e ao CLS. No início, disputava território com o Primeiro Comando de Ipojuca, em uma guerra que elevou os índices de homicídio e gerou relatos de torturas e sepultamentos de vítimas de cabeça para baixo no mangue.
O Trem Bala mantinha alianças alternadas com traficantes ligados ao CV e ao PCC. A presença do Comando Vermelho no estado foi confirmada em junho de 2025, quando a Polícia Federal prendeu duas mulheres acusadas de coordenar ações do grupo. Já em julho, o PCC sofreu uma baixa com a morte de Adeilson Mendonça Batista, de 39 anos, apontado como líder da facção no estado, durante confronto com a Polícia Militar em Casinhas, no Agreste.
Outro grupo de destaque é o “Gêmeos de Gaibu”, também chamado de “Gêmeos de Catende” ou “Tudo Dois”, liderado pelos irmãos Edcleibson João da Silva e Edcleidson Evilásio da Silva, que possuem diversas passagens pela polícia.
Sobre o Bonde da Nike, não há registros recentes de atuação. A última ocorrência relacionada foi a prisão de cinco homens em Jaboatão dos Guararapes, flagrados com submetralhadoras furtadas de um prédio da Polícia Civil. Há ainda três grupos identificados como ligas de torcidas organizadas de um clube de futebol da capital.