Um levantamento da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), divulgado em português no dia 22 de julho, alerta para a escassez mundial de professores na educação básica. O relatório Global sobre Professores aponta que serão necessários cerca de 44 milhões de docentes a mais para suprir a demanda da educação primária e secundária até 2030.
No Brasil, a situação também é preocupante. O número de jovens com até 24 anos atuando na docência caiu 42% entre 2009 e 2021, enquanto o percentual de professores com mais de 50 anos cresceu 109%, indicando falta de renovação no quadro profissional. Em 2022, a proporção no país era de um professor para cada 20 a 29 alunos na educação primária, índice semelhante a países como Bolívia, Colômbia e México.
O relatório destaca que, se medidas urgentes não forem adotadas, apenas quatro em cada dez países terão professores suficientes para garantir a educação primária universal até 2030. Para a educação secundária, esse número cai para menos de um em cada cinco países. Na América Latina, 29 dos 37 países enfrentam risco de escassez.
Entre as causas apontadas estão jornadas exaustivas, acúmulo de funções, baixos salários e falta de atratividade da carreira docente. No Brasil e na Argentina, por exemplo, a média salarial ajustada pela Paridade do Poder de Compra corresponde ao salário mínimo local, dificultando a atração e a retenção de novos profissionais.
O relatório reforça a importância dos professores para o cumprimento do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 4 da Agenda 2030, que visa assegurar uma educação inclusiva, equitativa e de qualidade para todos.