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Saúde
11/08/2025 10:00:00

Hepatite D é classificada como cancerígena pela OMS

Hepatite D é classificada como cancerígena pela OMS

A Organização Mundial da Saúde (OMS) passou a considerar a hepatite D como uma doença cancerígena. A decisão, anunciada pela Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer (IARC), coloca a hepatite D ao lado das hepatites B e C entre as infecções virais que podem causar câncer de fígado.

A hepatite D atinge exclusivamente pessoas já contaminadas pelo vírus da hepatite B e está associada a um risco de desenvolver câncer de fígado entre duas e seis vezes maior do que o apresentado pela hepatite B isoladamente. Essa reclassificação representa um avanço importante para ampliar os esforços de rastreamento, diagnóstico e acesso a tratamentos mais eficazes.

As hepatites virais, que incluem os tipos A, B, C, D e E, são uma das principais causas de infecções hepáticas agudas no mundo. Entre elas, somente as hepatites B, C e D podem evoluir para formas crônicas da doença, elevando o risco de cirrose, insuficiência hepática e câncer no fígado. Atualmente, mais de 300 milhões de pessoas convivem com essas três variantes, que provocam cerca de 1,3 milhão de mortes anualmente, em sua maioria por complicações graves no fígado.

Segundo o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, “a cada 30 segundos, alguém morre em decorrência de doença hepática grave ou câncer de fígado associado à hepatite. Entretanto, dispomos de ferramentas para interromper essa situação”.

A entidade destaca que a maior parte das pessoas infectadas com hepatite desconhece a condição, o que torna fundamental aumentar a vacinação, a testagem e o tratamento para enfrentar o problema. Para a hepatite C, existem medicamentos orais que podem curar a doença em até três meses; a hepatite B pode ser controlada com tratamento contínuo; e novas terapias para a hepatite D estão em fase de desenvolvimento.

Meg Doherty, diretora de Ciência para a Saúde da OMS, ressalta que “a redução significativa das mortes por cirrose hepática e câncer só será possível com ações urgentes para integrar os serviços de hepatite aos sistemas nacionais de saúde”.

Sobre a hepatite D, também chamada de hepatite Delta, ela é causada pelo vírus HDV, que necessita da presença do vírus da hepatite B para infectar o organismo. A transmissão acontece de forma semelhante à da hepatite B, por meio de relações sexuais sem proteção, passagem da mãe para o filho durante a gestação ou parto, compartilhamento de objetos cortantes ou perfurantes, uso de drogas injetáveis com material contaminado, além de procedimentos cirúrgicos ou estéticos realizados sem a devida esterilização.

Muitas vezes, a hepatite D não apresenta sintomas, mas quando aparecem, podem incluir fadiga, dor abdominal, tontura, amarelamento da pele e dos olhos, náuseas, vômitos, urina escura, fezes claras e febre. O diagnóstico é confirmado por exames de sangue que detectam anticorpos contra o vírus HDV, além da análise do histórico clínico e epidemiológico do paciente.